Militar reformado por invalidez trabalhava como carteiro há 19 anos

Suspensão de benefícios do militar, que entrou como carteiro com exame admissional considerando sua situação regular, foi pedida pela AGU

Carteiro trabalhava nos Correios há quase 20 anos
Foto: Agência Brasil / Arquivo
Carteiro trabalhava nos Correios há quase 20 anos

A Advocacia-Geral da União (AGU) conseguiu, em caráter liminar, suspender o pagamento considerado indevido a um ex-militar reformado por invalidez em Pernambuco.

A AGU pediu na Justiça a revisão da sentença que concedeu o benefício ao funcionário em 2009 e comprovou, com ajuda do Exército, que ele estava trabalhando como carteiro dos Correios desde 2000, e seu teste admissional demonstrava aptidão para o trabalho.

A ação questionada pela AGU havia concedido ao ex-militar o benefício de forma transitada em julgada — quando não cabe mais recurso. À época, foi reconhecida a completa e permanente incapacidade do então militar para continuar realizando qualquer tipo de trabalho e de prover seus próprios meios de sustento.

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Com a nova decisão, a AGU também pediu para que, ao fim do julgamento do processo, o ex-militar devolva à União R$ 260 mil recebidos no período. Mansueto Almeida: “Não pode ter reajuste para servidor e tem de ter menos concurso”, diz o secretário do Tesouro

A 12ª Vara Federal de Pernambuco acolheu o pedido da procuradoria e concedeu uma liminar suspendendo o pagamento.

“A decisão tutela o patrimônio brasileiro, evitando o enriquecimento ilícito por parte de um particular que receberia remuneração mensal à título de reforma por uma vida inteira e, talvez, esse benefício pudesse até mesmo ser estendido às suas filhas e esposas”, avaliou o coordenador de Assuntos dos Servidores Públicos da Procuradoria Regional da União (PRU5), Roberto Adrião.