Lideranças indígenas Xikrin denunciaram ameaças de morte e queimadas dentro de Terra Indígena Trincheira-Bacajá, entre os municípios de Altamira, Anapu e São Félix do Xingu, no sudeste do Pará. O Ministério Público Federal (MPF) relatou à Polícia Federal riscos de ataques aos Xikrin. O território deles é um dos atingidos pela usina hidrelétrica Belo Monte .
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De acordo com os indígenas Xikrin , cerca de 300 invasores, fortemente armados, construíram casas dentro da reserva. Eles acusam os invasores de promoverem queimadas e os ameaçarem de morte.
Em ofício, a procuradora da República Thais Santi informou que os indígenas chegaram a ir pessoalmente exigir a saída dos invasores, após perceberem pintos de fumaça na região. "(Os indígenas) Relataram que está se consolidando uma ocupação, com desmatamento, abertura de pastagens e construção de moradias com roças”, informou.
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A procuradora pediu medidas urgentes, com envio de policiais em até 24 horas, e afirmou que as informações são de conhecimento da Fundação Nacional do Índio (Funai).
Em nota, a Funai disse vem adotando medidas em prol da resolução do caso, desde que foi notificada. Segundo o órgão, foram realizadas ações de monitoramento territorial em campo e as informações tem sido repassadas à PF e ao Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
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O Pará é o estado com maior índice de desmatamento da Amazônia Legal, de acordo com Boletim do Desmatamento divulgado na semana passada pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). Dos 2441 km² de área desmatada entre agosto de 2017 e maio de 2018, 852 km² foram no Pará. Em maio de 2018, 48% do total desmatado foi no Pará, seguido pelo Mato Grosso, com 29%; Amazonas, com 15%; Rondônia, com 7%; e Acre com 1%.