Caso de sushiman morto pela polícia após surto em 2018 tem reviravolta

Corregedoria considerou que PMs agiram sem profissionalismo e cometeram excesso; cozinheiro levou 5 tiros quando estava tendo um surto psicótico

Sushiman levou cinco tiros em novembro de 2018
Foto: Reprodução
Sushiman levou cinco tiros em novembro de 2018

Um relatório da Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo concluiu que os policiais que mataram o sushiman Leandro Santana dos Santos, em novembro de 2018, atiraram desnecessariamente. O documento significa uma reviravolta no caso, já que o inquérito havia concluido que os PMs não agiram com ilegalidade. As informações são da GloboNews

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O sushiman  foi morto por policiais no dia 21 de novembro, após ter ameaçado clientes e supostamente reagido a uma abordagem policial em um restaurante do Itaim Bibi, na zona oeste de São Paulo. Segundo a polícia, Leandro estava no interior do restaurante com duas facas e em surto. 

Foram utilizadas munições não letais como pistola de incapacitação neuromuscular e de munição de menor potencial ofensivo para desarmar o funcionário, mas não teriam surtido efeito. Leandro teria arremessado uma das facas contra um policial, que conseguiu desviar, foi aí que os PMs atiraram. 

A Corregedoria, no entanto, concluiu que a morte do sushiman foi "desnecessária" e que faltou profissionalismo dos policiais, já que cometeram "excesso" por ter dado 5 tiros nas costas do homem. O documento diz ainda que os PMs desobedeceram procedimentos operacionais e deixaram de usar escudos para se proteger. 

"Os policiais militares tinha a opção de mantê-lo isolado no mezanino até ser vencido pelo cansaço ou arrependimento, mas escolheram a decisão de solucionar a ocorrência através do confronto", diz o relatório. 

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Além disso, ainda de acordo com o documento, "não se pode permitir que qualquer pessoa que tenha algum surtopsicótico seja morto por agente do Estado, sendo que existia outros meios para preservar sua vida". A corregedoria entendeu que Leandro não oferecia mais perigo a clientes e funcionários daquele estabelecimento e que os PMs devem ser levados a juri.