Brasil é o quarto país que mais mata ambientalistas no mundo

Desde 2002, 653 ambientalistas foram assassinados no Brasil, de acordo com relatório da organização Global Witness. Em 2018, foram 20 assassinatos

Planeta

Plantação de banana nas Filipinas, que fica em um território alvo de disputas entre a população indígena local (ambientalistas) e empresas
Foto: Divulgação/Jeoffrey Maitem / Global Witness
Plantação de banana nas Filipinas, que fica em um território alvo de disputas entre a população indígena local (ambientalistas) e empresas

O Brasil é o quarto país que mais mata ambientalistas, aponta um relatório da organização Global Witness. Segundo o levantamento, 20 ambientalistas foram assassinados em 2018 no País. O Brasil ficou atrás de Filipinas (30 assassinatos), Colômbia (24) e Índia (23). No total, a ONG registrou 164 mortes de defensores do meio ambiente em 2018. Só no Brasil, desde 2002, 653 ambientalistas foram assassinados.

Leia também: “Continuamos muito preocupados com os invasores na nossa terra”, afirmam Waiãpi

Pela primeira vez desde que a organização começou a documentar os assassinatos, em 2002, o Brasil não ocupa o primeiro lugar do ranking. Em 2017 foram 57 assassinatos de ambientalistas . Segundo o documento, essa queda acompanha uma redução geral da taxa de homicídios no País que vem ocorrendo desde 2018.

Mesmo assim, a situação do Brasil preocupa a organização, que também menciona o presidente do País no documento. “Em um país como o Brasil, por exemplo, no qual o presidente Jair Bolsonaro foi eleito com uma bandeira de campanha para abrir resevas indígenas para a mineração e o agronegócio, a política de estado se arrisca a se tornar ainda mais enviesada a favor das grandes empresas, em detrimento dos direitos de grupos minoritários e da proteção do meio ambiente”, diz o relatório.

Leia também: Relembre os maiores massacres em presídios brasileiros

O relatório afirma que é preciso fazer um esforço para reverter essa onda de violência contra ambientalistas e assegurar que interesses privados não influenciem indevidamente a governança e o Estado de Direito. Segundo a organização, isso requer aumentar a transparência e a supervisão independente do financiamento público e das tomadas de decisão, como forma de combater a corrupção.