Desafiada por diretrizes do governo, Parada LGBT espera reunir 3 milhões em SP
Com tom político carregado, tema desta edição do evento lembra revolta violenta ocorrida em Nova York e traz mensagem de luta por direitos
Por iG São Paulo |
Mais de 3 milhões de pessoas devem participar da 23ª edição da Parada do Orgulho LGBT, que ocorre neste domingo (23), em São Paulo. Dezenove trios comandarão a festa (confira a ordem abaixo), que terá início às 10h, em frente ao Masp, e terminará às 18h, na Rua da Consoloção.
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Nesta 23ª edição, a parada traz o slogan "Nossas conquistas, nosso orgulho de ser LGBT+" e tem como tema os 50 anos da Revolta de Stonewall
, episódio violento que se passou em 28 de junho de 1969 no bar Stonewall Inn, em Nova York. O evento é considerado um marco mundial para a comunidade LGBTI+ pois ampliou a discussão sobre os direitos e a visibilidade do movimento gay norte-americano.
“A revolta histórica de Stonewall é um marco importante na luta dos direitos LGBTs do mundo todo. Ele nos mostra que, independente do governo ou qualquer ameaça que enfrentamos diariamente na rua, dentro de cada ou em qualquer lugar, precisamos ser fortes, resistir e sermos nós mesmos, vivendo e lutando por nosso amor que não difere em nada do amor de outras pessoas. Lembrar de Stonewall é lembrar de nossas conquistas e do nosso orgulho de ser LGBT”, afirmou a presidente da Associação da Parada do Orgulho LGBT
, Cláudia Regina.
A justificativa oficial para a escolha do tema traz um contexto atual, quase como num grito de desafio:
Esse tema reforça a ideia de que pessoas LGBT+ possuem representação social, política, cultural e jamais se renderão ao autoritarismo, ao conservadorismo, nem às ameaças de retrocessos de conquistas, arduamente alcançadas nesses 40 anos de história do movimento LGBT no Brasil e 50 anos pelo mundo. Sim, isso é um grande motivo de orgulho!
A Parada, assim como sempre o foi ao longo de suas 22 edições anteriores, é um ato político. Em 2019, o claro confronto entre a bandeira hasteada pelos organizadores e participantes e aquela levantada pelos integrantes do governo Jair Bolsonaro (PSL) deixa isso ainda mais nítido.
Autor de diversas declarações consideradas homofóbicas, o presidente da República assinou, em maio, por exemplo, um decreto que retirou o incentivo ao turismo LGBT do Plano Nacional de Turismo, proposto originalmente por Michel Temer (MDB) e que tem vigência para o período de 2018 a 2022.
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No fim de abril, Bolsonaro também já havia deixado ainda mais claro sua visão quanto ao tema: "O Brasil não pode ser um país do mundo gay, de turismo gay. Temos famílias" , declarou o presidente durante café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto.
Parada movimentou mais de R$ 288 milhões no ano passado
O evento – outrora conhecido como Parada Gay e que hoje abraça um grupo bem mais amplo de comunidades (Lésbica, Gays, Bissexual, Trans, Queer, Agênero, Gênero Flúido, Não Binário, Intersex, Assexual, Panssexual, Polissexual) – movimentou R$ 288 milhões para a economia da capital paulista somente no ano passado.
A SPTuris, empresa oficial de turismo em São Paulo, estima que o evento atraia até 15% mais turistas neste ano em relação ao passado. De acordo com levantamento divulgado pela plataforma global de viagens Expedia, o evento brasileiro atrai turistas principalmente de países como Estados Unidos , Reino Unido, México, Espanha, França, Japão, Coréia do Sul, Argentina e Canadá.
"Somos considerados o 4º melhor destino LGBT do mundo, é um mercado promissor e que movimenta um volume considerável na economia, sendo o turismo que mais cresce no mundo. Aqui em São Paulo temos como exemplo a Parada LGBT de 2018, que trouxe 3 milhões de pessoas, sendo mais de 24% turistas, movimentando cerca de R$ 288 milhões na economia da cidade”, exaltou, na semana passada, o secretário municipal de Turismo, Orlando de Faria.
E, se o Brasil não quer, a cidade de São Paulo já abraçou a ideia de acolher o "mundo gay". Além da Parada do Orgulho LGBT, a cidade sediará também a 3ª edição da Conferência Internacional da Diversidade e Turismo LGBT, evento destinado às empresas, a entidades, ao poder público e às pessoas de todos os continentes que têm interesse em debater e pensar a diversidade em suas mais diversas vertentes. O evento ocorre entre os dias 25 e 28 de agosto.
Ordem dos Trios
- Abertura – ONG APOGLBT SP
- Famílias – ONG APOGLBT SP
- Centro de Cidadania – Casa Florecer – Prefeitura SP
- Assembléia Latino Americana de cidades Arco-Íris – Prefeitura SP
- Transcidadania – Prefeitura SP
- Secretaria Municipal de Direitos Humanos – Prefeitura SP
- Secretaria Municipal de Direitos Humanos – Prefeitura SP
- Saúde- AHF – ONG APOGLBT SP
- Museu da Diversidade Sexual – ONG APOGLBT SP
- Trio de Lésbicas / Juventude – ONG APOGLBT SP
- Trio de Gays – ONG APOGLBT SP
- Trio de Trans – ONG APOGLBT-SP
- Trio Amstel – Patrocinador
- Trio Avon – Co-Patrocinador
- Trio Uber – Patrocinador
- Trio Uber – Patrocinador
- Trio Burger King – Patrocinador Master
- Trio Burger King – Patrocinador Master
- Trio de Encerramento – ONG APOGLBT SP
Bloqueio da Av. Paulista
A Av. Paulista estará bloqueada para carros a partir das 8 horas do dia 3 de Junho. A liberação da Avenida Paulista acontecerá após a limpeza da via urbana no domingo. A Rua da Consolação ficará bloqueada para carros entre 12h e 19 horas.
Serviço:
23ª Edição da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo
– Tema: “50 anos de Stonewall – Nossas conquistas, nosso orgulho de ser LGBT+”
– Horário: das 10h às 18h
– Concentração: Em frente ao Masp, na Avenida Paulista – São Paulo/SP
– Realização: APOGLBT SP
– Patrocínio Master: Burger King
– Patrocínio: Amstel e Uber
– Co-Patrocínio: Avon
– Apoio: MaxMilhas, Microsoft, Mac, Mercado Livre, Dia Estúdio, ZenDesk, TNT, KY, Philip Morris e Rede AccorHotels
– Apoio Institucional: Governo do Estado de São Paulo e Prefeitura de São Paulo
Mais informações: Site oficial | Facebook