PMs são alvos de operação contra quadrilha de sequestradores no Rio

Policiais da UPP Jacarezinho sequestravam empresários, comerciantes e até traficantes da Baixada Fluminense, agindo como "empresa do crime"

Para a polícia, PMs envolvidos se organizam como uma verdadeira 'empresa do crime de sequestro'
Foto: Reprodução/TV Globo
Para a polícia, PMs envolvidos se organizam como uma verdadeira 'empresa do crime de sequestro'

Um PM foi preso, na manhã desta segunda-feira (17), durante a Operação Sequestro S.A, da Polícia Civil contra um quadrilha que pratica sequestros na Baixada Fluminense. Luiz Otávio Couto Amaral do Carmo Coutinho foi encontrado em casa, em Duque de Caxias. Ele e o também PM Ernani Sant'Ana Reis da Silva, ambos lotados na UPP Jacarezinho, são investigados por praticarem extorsão mediante sequestro.

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Apesar de ser um dos alvos da ação, Ernani ainda não foi preso. Ele é aguardado na 64ª DP (São João de Meriti), responsável pela operação. Além das duas prisões, os policiais também cumprem um mandado de busca e apreensão contra um terceiro investigado.

De acordo com as investigações , empresários, comerciantes e até traficantes da Baixada Fluminense eram alvos dos PMs . Eles sequestravam as vítimas e, além de realizar saques e compras com cartões bancários, exigiam dinheiro para liberá-las. Os criminosos atuavam sempre armados, usando toucas ninja.

Um dos casos investigados pela polícia aconteceu no último dia 16 de maio, em São João de Meriti, quando José Augusto dos Santos foi sequestrado de libertado após ter pago R$ 15 mil, além de ter entregue jóias de ouro e ter compras realizadas em seu cartão de débito.

No crime em questão, os sequestradores se passaram por policiais civis, abordando o homem quando saía de casa ainda de madrugada. Ele foi solto após dizer que não registraria o caso. O que não aconteceu, já que foi aberto um boletim de ocorrência na 64ª DP.

Ernani é apontado como o mentor da ação e Luiz Otávio teria dirigido o carro usado pelos dois para abordarem a vítima.

Mesmo depois de libertarem José Augusto, os criminosos mantiveram contato com os parentes dele, os ameaçando para que não registrassem o caso na polícia. Foi quando Ernani disse que os valores obtidos no crime já teriam sido divididos entre os integrantes da quadrilha.

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As investigações apontam também que o grupo já praticou vários outros sequestros com a mesma abordagem.

Para a polícia, os PMs se organizam como uma verdadeira "empresa do crime de sequestro", já que há uma minuciosa divisão de funções e planejamento dos crimes entre os envolvidos.