Greve geral no Recife mostra força de sindicatos
Débora Britto/ MZ Conteúdo
Greve geral no Recife mostra força de sindicatos


O ato de encerramento da greve geral no cruzamento da avenida Guararapes com a rua do Sol, no Recife, capital de Pernambuco foi bem mais vermelho que as manifestações de maio em defesa da educação. Apesar da presença de estudantes universitários e secundaristas, a maior parte dos grupos que começaram a chegar no início da tarde era formada por sindicalistas, militantes das bases partidárias e trabalhadores.

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Cada sindicato acrescentou suas pautas e bandeiras específicas ao mote geral de protestar contra a reforma da previdência no dia da greve geral . Além disso, era nítido o ânimo da militância com a Vaza Jato. Como reflexo do escândalo dos vazamentos das conversas de Sérgio Moro e Deltan Dalangnol, ninguém se constrangeu em usar as palavras de ordem invocando a inocência e a libertação de Lula.

Se as modificações introduzidas no relatório na Comissão Especial da Câmara não agradaram ao ministro Paulo Guedes, também não deixaram nada satisfeitos os trabalhadores que foram à avenida Guararapes.

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“Houve flexibilização, que relator cedeu, mas ainda tem alguns ajustes e dá para avançar mais. Quando o ministro diz que não vai ter concurso público, o objetivo é afetar imagem de todo o serviço público para sucatear e realizar a privatização projetada por eles”,afirma Halisson Tenório, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Correios em Pernambuco (Sintect-PE).

A presidente do Movimento de Pequenos Agricultores (MPA), Maria Cazé, que está participando de um curso no Recife junto com outros 30 agricultores e agricultoras familiares, seguiu na linha de Halisson: “Enquanto tiver a ameaça da capitalização e da desconstitucionalização existir, não muda a essência da reforma”.

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A secretária-geral do Sindicato dos Servidores Públicos Civis de PE (Sinserp), Ceci Feitosa, foi uma das que fez questão de ressaltar a bandeira específica da categoria que representa.

“Nossa luta também é contra o Governo do Estado, pois há quatro anos estamos sem reajuste ou reposição salarial. Além disso, se servidores estaduais e municipais vão ficar de fora, é por pouco tempo. Temos milhares de servidores precisando se aposentar, mas não podem porque, se forem para casa, morrem de fome”.

Às 16h30, com a greve geral valendo, a multidão começou a percorrer a avenida Conde da Boa Vista. Com muita gente comemorando pequenas conquistas obtidas desde as manifestações pela educação, no começo de maio, as lideranças já começavam a discutir quando seria a próxima paralisação.

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