Os mecânicos que foram esquartejados e tiveram os corpos encontrados em um carro no fim da noite desta segunda-feira (10) foram mortos pelo "tribunal do tráfico" da comunidade da Fazendinha, no Complexo do Alemão. A informação foi obtida pelo DIA com policiais que investigam o crime.
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Jonathas Gonçalves de Oliveira Tavares e Rodrigo Gonçalves Marques, primos e ambos com 26 anos, tiveram seus corpos esquartejados após serem executados por traficantes do conjunto de favelas da Zona Norte do Rio. Eles foram mortos por serem do Morro do 18, em Água Santa, local dominado por uma facção rival da Fazendinha.
De acordo com as investigações, na última sexta-feira (7), os mecânicos foram a um baile funk na localidade de Canetá, na Fazendinha. Eles estavam de carro que, na volta, apresentou problemas na bateria. Os dois, então, preferiram deixar o veículo por lá.
Na tarde desta segunda, os primos decidiram voltar ao local para resgatar o automóvel. Eles foram até lá de moto com uma bateria reserva, quando foram capturados, "julgados" e executados por traficantes da comunidade. A moto não foi encontrada até o momento.
"Ele (Rodrigo) trabalhou no sábado e não foi buscar o carro. Ontem, ele já estava agoniado que o carro já estava no Alemão há três dias", contou Rafael Marques, irmão de Rodrigo e primo de Jonathan. "Ele simplesmente tirou a bateria do meu carro, o Jonathan colocou a bateria no colo dele, pegaram a moto e foram lá. E veio a notícia que meu irmão tá morto com o Jonathan no carro".
No IML de São Cristóvão, para onde foram encaminhados os corpos de Jonathas, Rodrigo e das outras duas pessoas motas, familiares dos mecânicos estavam inconformados com a morte dos dois. Bastante emocionado, o pai de Jonathas disse que os dois não deram mais notícias depois das 16h de ontem.
"Será que ele foi confundido com bandido? Eu vi algumas coisas na Internet, mas é tudo especulação. O que eu sei é que meu filho era mecânico e não tem envolvimento com traficantes", o homem, que preferiu não se identificar, lamentou, aos prantos.
Rodrigo deixa um filho de nove anos. Já Jonathan iria ser pai. A esposa está grávida de três meses.
Entenda o caso
A ordem dos criminosos após o assassinato dos mecânicos foi "dar um fim aos corpos" dos dois. Foi o que André Luiz da Silva Almeida, 32, tentava fazer quando foi preso na Penha. Ele carregava os quatro corpos dentro de sacos pretos em um Ford Ecosport branco no momento em que foi capturado.
André Luiz foi baleado ao tentar fugir e está internado custodiado em coma induzido no Hospital Getúlio Vargas, na Penha.
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De acordo com a perícia feita pela DH, Rodrigo e Jonathan tiveram seus corpos esquartejados por uma motosserra. Os restos dos corpos das vítimas passarão por uma perícia no IML para saber a causa morte. Ou seja, se eles foram baleados ou não antes de serem esquartejados. O inquérito deverá ficar pronto em até 30 dias.