Déficit de vagas em presídios do Amazonas cresceu 76% desde massacre de 2017

Dois anos após crise no sistema penitenciário do país, superlotação no Amazonas também é maior em outros 18 estados e no Distrito Federal

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil - 23.1.17
Portão principal do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus, Amazonas

Dois anos após viver uma crise marcada por massacres e pela disputa entre facções criminosas, o sistema prisional do Amazonas voltou a registrar nos úlltimos dias 55 mortes , mas sua situação é hoje ainda pior que a de 2017.

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O déficit gerado entre o total de vagas e o número de detentos nos presídios do estado do Amazonas cresceu 76% , na comparação com janeiro daquele ano, quando 56 presos foram mortos também no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus, de acordo com dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), tabulados pelo jornal O Globo .

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O estado tem déficit de 1.995 vagas. Há pouco mais de dois anos, o saldo negativo era de 1.133 postos.

Nesse período, o Amazonas ampliou em 61% o número de vagas abertas nas unidades prisionais, mas a população carcerária do estado cresceu em ritmo maior, de 3,2 mil para 5,3 mil detentos (65%). 

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O crescimento no déficit de vagas no Amazonas foi o terceiro maior entre os estados brasileiros na comparação com 2017, atrás apenas do Paraná (92,5%) e de Roraima (79,3%), onde um massacre na Penitenciária Agrícola do Monte Cristo deixou 33 mortos há dois anos. Ao todo, 19 estados e o Distrito Federal registraram alta na superlotação de presídios. Apenas Acre, São Paulo, Permambuco, Bahia, Rondônia e Rio Grande do Norte, estado em que também uma rebelião deixou 26 mortos na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em janeiro de 2017.