Moro quer usar bens confiscados de criminosos para construir mais cadeias

Visando reduzir défice de vagas no sistema prisional, ministro da Justiça deve apresentar texto de medida provisória ainda hoje, segundo jornal

Juízes federais emitiram nota pedindo a permanência do Coaf com o ministro da Justiça, Sérgio Moro
Foto: Marcos Corrêa/PR - 10.5.19
Juízes federais emitiram nota pedindo a permanência do Coaf com o ministro da Justiça, Sérgio Moro

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, deve enviar à Casa Civil, ainda nesta sexta-feira (17), o texto de uma medida provisória que pretende facilitar a venda de bens confiscados de criminosos e utilizar os recursos para construir novos presídios. As informações são do jornal Folha de S.Paulo .

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O ex-juiz da Lava Jato alega que o objetivo da medida é reduzir o deficit de vagas no sistema prisional brasileiro que, segundo o próprio Sérgio Moro escreveu na minuta da MP, é atualmente de 358 mil vagas. A ideia do ministro é empregar o dinheiro arrecadado com o leilão de bens confiscados de traficantes para contratar mais engenheiros civis para atuarem na construção e reforma de presídios. 

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Além de visar resolver o problema da falta de vagas nos presídios do País, a MP também pretende desburocratizar o processo para a realização de leilões de bens confiscados do tráfico de drogas e de empresas flagradas com trabalhadores em condições análogas à de escravos.

Segundo informa a Folha , a lentidão nesse processo faz com que a Justiça tenha um estoque em torno de 80 mil itens aguardando para irem a leilão. A lista inclui O acervo inclui 37,5 mil veículos, 916 imóveis, 314 aeronaves e 246 embarcações, além de joias, e outros itens diversos.

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De acordo com levantamento mais recente divulgado pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen), órgão vinculado ao Ministério da Justiça, o Brasil tem hoje mais de 726 mil presidiários. O número coloca o País como o terceiro com maior população carcerária do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos (2,1 milhões) e da China (1,6 milhão).