Janaina Paschoal se livra de indenização por ofensas a professores da USP

Professores pediam indenização por danos morais depois da deputada ter contestado resultado de concurso da Faculdade de Direito da USP

Professores da USP pediam indenização de Janaina Paschoal
Foto: Divulgação/Alesp
Professores da USP pediam indenização de Janaina Paschoal


A deputada estadual de São Paulo, Janaina Paschoal (PSL), não precisará pagar indenização por danos morais a professores da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP). Nesta quinta-feira (18), a Sexta Turma Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo negou a ação movida por Alamiro Velludo Salvador Netto e Sérgio Salomão Shecaira.

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No processo, os professores alegavam que Janaina Paschoal teria usado acusações sem provas e que denegriam a imagem dos mesmos depois que a, então professora da Faculdade, foi reprovada em um concurso público. Na época, Janaina terminou em último lugar.

Relator do caso, o desembargador Marcos Pellegrini defendeu que o linguajar usado por Janaina não demonstrou "comportamento demeritório de reputações, mas sim como algo intrínseco à própria natureza do debate acadêmico e sob todos os aspectos, extremamente relevante para a transparência que deve estar presente nos concursos das universidades em geral, e nas públicas em particular".

"Janaina agiu no livre exercício de suas opiniões (as quais, inclusive, são de natureza acadêmica), quando emitiu suas críticas sobre o concurso do qual saiu-se reprovada por razões que a seu ver foram injustas", escreveu Pellegrini.

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O processo se deve ao fato da advogada não ter aceito o resultado de um concurso para duas vagas de titularidade na Faculdade de Direito da USP . Na época, Janaina terminou em quatro lugar e afirmou que o trabalho vencedor, de Alamiro Velludo, continha cópias de um doutorado de Leandro Sarcedo, de 2015.

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Janaina Paschoal também defendeu que seu chefe de departamento, Sérgio Salomão Shecaira, teria agido para prejudicá-la, já que o mesmo assinou um manifesto de defesa de Dilma Rousseff no período em que a advogada era uma das autoras do pedido de impeachment da então presidente.