Após temporal, Crivella diz que Rio não recebe ajuda federal: "São empréstimos"
Com três mortes, capital fluminense ficou embaixo d'água ontem; prefeito diz que, sem investimento de Brasília, tragédias serão "recorrentes"
Por iG São Paulo | * |
O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB), afirmou que cinco mil funcionários da Prefeitura estão trabalhando, na manhã desta terça-feira (9), para amenizar os danos e diminuir os riscos causados pelo forte temporal que atinge o Rio de Janeiro
, desde a segunda-feira (8). Chove na capital fluminense há mais de sete horas e pelo menos três pessoas acabaram mortas.
O temporal causou diversos estragos, como a queda de mais um trecho da ciclovia Tim Maia, e deixou diversas vias da cidade intransitáveis. Segundo Marcelo Crivella , a chuva deixou 785 pontos sem luz na cidade.
O prefeito ainda afirmou que a cidade recebe pouca verba do governo federal e disse que isso interfere na sequência de tragédias deixadas pelas chuvas na cidade. "Investimento do governo federal? É um empréstimo do governo federal. E empréstimos com juros altos", disse.
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“Temos milhares de famílias morando em área de risco. Temos 750 mil bueiros que precisam ser limpos constantemente. Agora, os recursos para isso são pequenos. Dependemos de parcerias com o governo federal. A cidade do Rio de Janeiro contribui para o governo federal com R$ 160 bilhões por ano com impostos. E só recebemos de lá para cá, com muita dificuldade, R$ 5 bilhões”, completou o prefeito
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Segundo ele, nos últimos três meses, a prefeitura não conseguiu, por exemplo, assinar nenhum novo contrato para construção de novas moradias do programa Minha Casa, Minha Vida, ou para o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) das encostas. Crivella também reclamou dos altos juros de empréstimos do governo federal para a cidade.
Crivella disse que é preciso rever o pacto federativo e dar mais autonomia para que as cidades possam obter seus recursos.
"Precisamos de investimento, para a gente saber das causas principais das nossas tragédias recorrentes, vai sair prefeito, vai entrar outro prefeito, e a gente vai continuar sem recursos", afirmou Marcelo Crivella.