Responsável por assinar os laudos que atestaram a estabilidade da barragem de Brumadinho de 2017 a junho de 2018, a engenheira Ana Lúcia Moreira Yoda, da empresa Tractbel
Engineering disse, nesta quarta-feira (3), durante CPI do Senado que investiga o rompimento que aconteceu em janeiro deste ano, que não havia risco iminente de ruptura da estrutura e que não sabe o que causou a tragédia.
“Muito difícil [saber o que aconteceu]. A coisa que está mais perturbando a comunidade técnica é essa pergunta. Eu não saberia dizer com os elementos que eu tenho. A gente tem
tentado estudar, mas eu não saberia dizer, tenho medo de ser leviana”, disse Ana Lúcia aos senadores sobre a tragédia em Brumadinho que deixou mais de 200 pessoas mortas.
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A engenheira também deixou claro que houve uma reclassificação feita pela Tractebel do fator de segurança da barragem
, em junho de 2018, e nela, o gestor da Vale, responsável
pelo contrato da Mina de Brumadinho, Washington Pirete, achou melhor deixar a análise sob a responsabilidade da alemã Tüv Süd, que atestou por último a estabilidade da estrutura
na barragem que se rompeu.
“A Tractebel decidiu não trabalhar mais com declarações de segurança de estruturas de barragens”, afirmou, além de acrescentar que, à época, os indicadores estavam “dentro das
leituras históricas”. A profissional disse ainda que a justificativa para a troca de empresas dada pelo gestor foi de que a alemã teria estrutura melhor para avaliar a barragem.
Outro técnico ouvido hoje pela CPI do Senado foi o gerente de Geotecnia Corporativa da Vale , Alexandre Campanha. Apesar de resguardado por habeas corpus, concedido pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, ele respondeu a todas as perguntas. Campanha se defendeu das acusações de ter coagido engenheiros da Tüv Süd a atestar o laudo de estabilidade da barragem.
“Nunca pressionei o senhor Makoto [Namba] e nenhum funcionário da Tüv Süd”, disse. O gerente citou trechos de vários depoimentos à Polícia Federal dos engenheiros que atestaram
a segurança da barragem e enfatizou o fato deles terem dito reiteradas vezes que o laudo foi dado “com base em critérios técnicos”.
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Amparados por habeas corpus concedido nesta terça-feira (2) pela ministra Rosa Weber, também do STF, os engenheiros André Jum Yassuda e Makoto Namba ficaram calados durante a sessão da CPI.
Ambos são responsáveis pelo laudo de estabilidade da estrutura da barragem da Mina do Córrego do Feijão, que se rompeu no dia 25 de janeiro, em Brumadinho
. A presidente da CPI,
senadora Rose de Freitas (Podemos-ES) disse que vai recorrer da decisão para que os engenheiros voltem à CPI.
*Com informações da Agência Brasil