Atiradores de Suzano planejavam ação há um ano e teriam pedido dicas na deep web

Ministério Público apura se organização criminosa da internet teria incitado massacre; criminosos estariam planejando ataque por mensagens de texto

Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, foi identificado com um dos atiradores de Suzano
Foto: Reprodução
Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, foi identificado com um dos atiradores de Suzano

Os atiradores que mataram oito pessoas na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano , na Grande São Paulo, planejaram o ataque há cerca de um ano e meio, segundo as investigações da Polícia Civil. Luiz Henrique de Castro, de 25 anos, e Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, teriam elaborado o plano por meio de mensagens de texto. O Ministério Público apura agora se uma organização criminosa na internet estaria por trás do ataque.

De acordo com os policiais, os atiradores tinham a intenção de deixar mais vítimas na escola de Suzano do que as 13 pessoas mortas durante o conhecido massacre de Columbine, que aconteceu em abril de 1999, nos Estados Unidos.

Enquanto os policiais tentam esclarecer o que possa ter levado os assassinos, que eram ex-alunos da escola, a terem cometido o ataque, algumas linhas de investigação foram traçadas. Uma delas afirma que o tio de Monteiro, Jorge Antônio Moraes, de 51 anos, teria descoberto o plano da dupla e, por isso, foi morto em sua loja de carros momentos antes dos assassinos invadirem a escola em Suzano .

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Outra linha de investigação apura se Monteiro e Castro poderiam ter sido incitados por membros do fórum Dogolachan na deep web , um segmento ‘secreto’ da internet. O local é conhecido por ser um espaço de discussões abertas acerca de práticas criminosas, violação de direitos humanos, propagação de preconceitos e misoginia. Após o massacre, os usuários ainda teriam usado o espaço para celebrar o “sucesso” do atentado.

De acordo com a investigação, na última quinta-feira (7), um dos atiradores teria agradecido ao administrador do fórum pelos “conselhos e orientações” dados e desejou “do fundo do coração” que o ataque não fosse cometido em vão.

Além das motivações para o crime, a polícia também investiga onde Monteiro possa ter comprado as armas usadas no crime – um revólver calibre 38, uma besta, um arco e flecha e um machado - e que foram adquiridas com o dinheiro que o adolescente recebeu de um carrinho de cachorro-quente onde trabalhava. Já o carro usado pela dupla, um Onyx branco, foi alugado por Castro e tinha como data de devolução o dia 15 desse mês.

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O atentado cometido pelos atiradores em Suzano deixou oito vítimas fatais e 11 feridos nesta quarta-feira (13). Segundo a investigação, com a chegada da Polícia Militar, Monteiro atirou em Castro e depois se suicidou.