O vice-presidente, general Hamilton Mourão, afirmou na tarde desta quarta-feira (13) que é preciso entender por que tragédias como o massacre em Suzano , em São Paulo, estão acontecendo com mais frequência no Brasil.
“É muito triste. A gente tem que chegar à conclusão por que isso está acontecendo. Essas coisas não aconteciam no Brasil, aconteciam em outros países”, lamentou Mourão sobre o massacre em Suzano .
Na manhã desta quarta-feira, um adolescente e um homem encapuzados, ex-alunos da Escola Estadual Raul Brasil, mataram pelo menos dez pessoas no colégio. Eles abriram fogo contra as vítimas e em seguida cometeram suicídio.
Mourão não considera que a tragédia na escola tenha relação com o debate sobre flexibilização da posse e porte de armas, uma das bandeiras do presidente Jair Bolsonaro (PSL) na campanha, mas admitiu que a associação neste momento será inevitável.
“Não vejo essa questão. Vai dizer que a arma que os caras estavam lá era legal? Acho que não tem nada a ver, mas sei que a questão vai ser colocada”, declarou.
Para Mourão, um dos motivos pelo qual esse tipo de crime passou a ocorrer no Brasil é o uso excessivo de videogame e de jogos considerados violentos. Ele citou como exemplo seus netos, que disse que passam o dia “mergulhados nisso”.
O vice também avaliou que atualmente pais e mães são obrigados a trabalhar e é preciso oferecer mais opções de escola em tempo integral. Ele lembrou que, quando criança, costumava jogar futebol, soltar pipa e brincar de bola de gude.
Mourão não quis opinar sobre a fala do senador Major Olímpio (PSL-SP), que disse que a tragédia seria evitada se os professores da escola estivessem armados. Questionado sobre a declaração, Mourão respondeu: “no coments (sem comentários, em inglês)”.
Mais cedo, o ministro da Educação, Ricardo Vélez, repudiou o massacre. Em mensagem no Twitter, o ministro se solidarizou com as famílias das vítimas e disse que acompanhará os desdobramentos da tragédia.
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"Recebo com muita tristeza a notícia de que crianças e um funcionário foram brutalmente assassinados na escola Prof. Raul Brasil , em Suzano, SP. Meus sentimentos às famílias. Expresso meu repúdio a essa manifestação de violência. Acompanharei de perto a apuração dos fatos", disse o ministro na rede social.
O ministro da Justiça, Sergio Moro, também lamentou as mortes e ofereceu ajuda do ministério ao governo paulista, caso necessário. "O Ministério da Justiça e Segurança Pública lamenta o grave atentado à escola estadual Professor Raul Brasil, em Suzano (SP), que provocou o trágico assassinato de crianças e funcionários e presta solidariedade aos familiares neste momento de dor e tristeza", diz nota divulgada hoje.
"Os fatos ainda estão sendo apurados pelas autoridades competentes e o ministério se coloca à disposição do governo de São Paulo", conclui o texto do Ministério da Justiça.
A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, também prestou condolências às famílias das vítimas. "Acordamos hoje com esta terrível notícia e estou estarrecida. Às famílias manifesto meu imenso pesar e coloco este Ministério à disposição para prestar todo o apoio necessário. Que Deus abençoe os que estão em atendimento para que sobrevivam", escreveu em sua conta no Twitter.
"Este é o momento de atender os feridos e confortar as famílias. Também é importante saber o que aconteceu. Nossas crianças e adolescentes estão em sofrimento. Este governo já estuda políticas públicas para enfrentar isto", acrescentou.
O presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (DEM-AP), prestou solidaridade às famílias das vítimas, via Twitter. "É com perplexidade que recebi, a notícia do tiroteio no colégio estadual Raul Brasil, em Suzano-SP. Eu me solidarizo às famílias das vítimas e espero que as reais causas dessa tragédia sejam descobertas."
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O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), também usou as redes sociais para comentar o massacre em Suzano e disse que o momento é de união. "A tragédia de Suzano, hoje, mostra que é hora de o Brasil unir forças e competências para compreender o que houve e impedir a repetição de massacres como este. Precisamos ser solidários com as famílias, parentes e amigos das crianças e dos funcionários da escola Raul Brasil."