A Justiça decretou a prisão de duas mulheres que haviam sido detidas em flagrante ao se passarem por vítimas do rompimento da barragem 1 da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG). As falsas vítimas tentavam receber doações financeiras da Vale, empresa responsável pela barragem.
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As duas mulheres são acusadas de estelionato. Elas diziam ser vítimas do rompimento da barragem para receber indenizações de R$ 50 mil e R$ 100 mil. Ambas tiveram a prisão preventiva decretada pela juíza Perla Saliba Brito, da 1ª Vara Cível, Criminal e da Infânia e da Juventude da Comarca de Brumadinho .
De acordo com as investigações, a primeira suspeita se apresentou à Estadão do Conhecimento da Vale como mãe de uma criança desaparecida. Ela chegou a levar uma certidão de nascimento falsa para solicitar o valor de R$ 100 mil que é dado pela empresa às famílias das vítimas.
A outra mulher teria ido ao mesmo local e se apresentado como moradora da zona de autossalvamento, uma das regiões rurais atingidas pela lama. Ela, no entanto, não conseguiu informar seu suposto endereço. Posteriormente, descobriu-se que ela é moradora de rua e costuma viver em Belo Horizonte.
A juíza considerou “reprovável” a atitude das duas mulheres. Ao decretar as prisões, a magistrada afirmou que elas representam risco ao meio social e que a prisão preventiva era necessária para “garantir a ordem pública local”.
Logo após a tragédia, ao menos seis pessoas foram presas por se passar por estelionato, roubo e atrapalharem as buscas. Entre os presos, um homem se passava por policial militar para pedir celulares e dinheiro, dois foram detidos por usarem drones em espaço aéreo restrito, dois tentavam saquear as casas que haviam sido evacuadas e um se passava por um dos atingidos pela lama.
O rompimento da barragem 1 da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), aconteceu há pouco mais de um mês, no dia 25 de janeiro. De acordo com a Defesa Civil do Estado de Minas Gerais, 197 mortes já foram confirmadas e outras 111 pessoas continuam desaparecidas.
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As buscas pelas vítimas do rompimento da barragem da Vale continuam incessantes, de acordo com o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais.