Militares brasileiros negociam recuo de tropas de Maduro na fronteira em Roraima

Segundo Ministério da Defesa, venezuelanos compreenderam 'inconveniência' da presença de tanques na fronteira com o Brasil e recuaram

Roraima convive com violência na fronteira após ordem do regime venezuelano de Nicolás Maduro
Foto: Reprodução/Globonews
Roraima convive com violência na fronteira após ordem do regime venezuelano de Nicolás Maduro

O Ministério da Defesa informou neste domingo (24), por meio de nota, que militares brasileiros intercedram para que incidentes na linha de fronteira envolvendo manifestantes venezuelanos e a Guarda Nacional Bolivariana não voltem a se repetir. O município de Pacaraima, em Roraima, foi hoje alvo de tiros e bombas de gás disparados pelas tropas  leais ao regime de Nicolás Maduro.

Uma das medidas negociadas, segundo o Ministério da Defesa , foi a retirada de tanques das forças militares do país vizinho que estavam posicionados em uma barreira do lado venezuelano da fronteira.

"Os veículos antidistúrbios, que estavam na barreira montada no país vizinho, recuaram imediatamente. Militares brasileiros e venezuelanos negociaram, no local, e foi entendida a inconveniência da presença desse tipo de aparato militar. No lado brasileiro, o controle dos acolhidos foi reforçado para evitar novos confrontos", informou a pasta. 


Desde o anúncio do fechamento da fronteira da Venezuela com o Brasil, na quinta-feira (21), o limite entre os dois países se tornou palco de confrontos, que envolvem venezuelanos que estão em solo brasileiro e os militares a serviço do regime chavista.

Dezenas de feridos foram encaminhados ao sistema de saúde de Roraima, onde o governador, Antonio Denarium,  declarou neste domingo estado de calamidade pública devido ao grande número de atendimentos.

Os confrontos em fronteiras se repetem em Ureña, na fronteira da Venezuela com a Colômbia, que também foi fechada por ordem de Maduro . As ações do chavista visam impedir a chegada da ajuda humanitária negociada por países como os Estados Unidos, o Brasil e o Chile com o principal opositor de Maduro, o autoproclamado presidente encarregado, Juan Guaidó.

Maduro alegou, em discurso proferido nesse sábado (23), em Caracas, que a  comida e remédios oferecidos são "brincadeira de enganar bobo" e que a ajuda humanitária é, na verdade, um pretexto do governo do americano Donald Trump para realizar uma invasão militar na Venezuela.

O Ministério da Defesa brasileiro reiterou que manterá a fronteira do Brasil aberta para acolher os imigrantes, que buscam refúgio no país. "Há um ano, o Brasil está engajado na Operação Acolhida - ação humanitária para atender aos irmãos venezuelanos que chegam no País. Por isso, o Ministério da Defesa reitera a confiança numa solução urgente para a situação na Venezuela". 

*Com informações da Agência Brasil