O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), decidiu desativar o Elevado João Goulart, o famoso Minhocão. A via será transformada em um parque suspenso. A previsão é de que as obras comecem ainda neste ano, no segundo semestre, e que o primeiro trecho fique pronto em 2020.
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A primeira parte do parque a ser entregue vai da Praça Roosevelt ao Largo do Arouche. A intenção do prefeito é apresentar a obra como uma marca de sua gestão. A estimativa é que esta primeira fase das obras no Minhocão custe R$ 38 milhões.
A gestão de Fernando Haddad (PT) aprovou o Plano Diretor da cidade em 2016, segundo o qual o Minhocão deveria ser desativado necessidade de se desativar o Minhocão, mas não se determinou o que seria feito com a estrutura. Bruno Covas decidiu cumprir a regra e estudar o que faria no espaço. A decisão, no entanto, foi adiada para estimar os custos e em função da questão dos viadutos da cidade que precisam de reparos de emergência.
A renovação contará com a construção de nove pontos de acesso, entre escadas e elevadores. As grades laterais também serão alteradas, para garantir maior segurança dos pedestres. A proposta do prefeito é que, além de áreas verdes e bancos, os prédios vizinhos ao elevado possam construir passarelas que os conecte diretamente ao elevado. Nesses imóveis podem ser abertos pontos comerciais, como lanchonetes, por exemplo.
O Minhocão é alvo de discussões há anos na cidade. Enquanto a Câmara Municipal já aprovou uma lei de autoria do vereador José Police Neto (PSD) determinando a criação do parque, há discussões agora de uma lei para demolir a estrutura, de autoria de Caio Miranda (PSB).
A opção de derrubar toda a estrutura e revitalizar a Rua Amaral Gurgel e as Avenidas São João e General Olímpio da Silveira, que ficam sob o elevado, foi considerada, mas a gestão Covas descartou por causa dos custos das obras.
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O Minhocão foi construído na década de 1970, quando Paulo Maluf era prefeito da capital paulista. As quatro faixas elevadas ligam o centro à zona oeste de São Paulo e tinha o objetivo de melhorar o trânsito na capital, mas hoje em dia a via é pouco efetiva. O local já fica fechado para carros durante as noites e aos finais de semana, quando pedestres e ciclistas usam a estrutura para passeio e prática de esportes.