Mãe de jovem asfixiado entra com representação por lesão corporal

Mãe de Pedro Henrique Gonzaga afirmou em depoimento que foi impedida por um segurança de se aproximar do filho quando tentava separar a briga

Segurança do supermercado imobilizou o jovem porque ele teria tentado retirar a arma do vigilante
Foto: Reprodução/redes sociais
Segurança do supermercado imobilizou o jovem porque ele teria tentado retirar a arma do vigilante

Dinalva de Oliveira, mãe de Pedro Henrique Gonzaga, compareceu nesta quarta-feira (20) à Delegacia de Homicídios da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, para formalizar uma representação por lesão corporal contra o segurança Davi Ricardo Moreira Amâncio. Pedro morreu asfixiado após ser imobilizado pelo vigilante em uma filial do supermercado Extra.

O advogado da família, Marcello Ramalho, afirmou que Dinalva  disse em depoimento que foi empurrada pelo segurança do supermercado quando tentou separar a briga, antes da imobilização de Pedro, e ficou com o braço machucado. Ela fez exame de corpo delito no Instituto Médico Legal (IML) nesta terça-feira (19).

“No momento em que ela tenta tirar o segurança de cima do filho dela, o segurança Davi faz um movimento brusco com o braço e ela rola no chão, lesionando o cotovelo esquerdo”, disse Ramalho.

Nesta quarta-feira pela manhã, dois funcionários do  Extra prestaram depoimento na Delegacia de Homicídios. Davi Ricardo e outros dois seguranças também depuseram hoje na mesma delegacia. Eles chegaram pouco antes das 10h30, acompanhados de dois advogados.

Os dois vigilantes não tiveram o nome revelado e, por enquanto, são acusados por omissão de socorro, uma vez que, como mostra vídeo da ação de Davi, não fizeram nada para evitar a morte de Pedro, ainda que tenham sido alertados que o jovem já estava desacordado e em processo de cianose.

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Como Davi é acusado por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, a acusação dos outros dois seguranças é por omissão de socorro. Caso a acusação de Davi mude e ele passe a responder por homicídio doloso, os outros vigias podem ser vistos como cúmplices e passar a responder pelo mesmo crime.

Relembre o caso do supermercado

Foto: Reprodução/redes sociais
Pedro Henrique, de 25 anos, foi morto no supermercado Extra da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro

Na última quinta-feira (14), o jovem   Pedro Henrique Gonzaga foi assassinado pelo segurança no supermercado Extra da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. O segurança deu um golpe e imobilizou Pedro, que morreu sufocado . A mãe da vítima estava no supermercado e viu a cena.

Davi Amâncio afirmou em depoimento à polícia que o jovem estava nervoso e teria tentado retirar sua arma enquanto ameaçava “matar todos no local”. Os advogados do segurança alegam legítima defesa.

O supermercado Extra afirmou "que não aceita qualquer ato de violência, excessos e repudia toda forma de racismo". O mercado diz que não vai se eximir da responsabilidade e que os seguranças envolvidos foram afastados. "a companhia instaurou uma sindicância interna e acompanha junto à empresa de segurança e aos órgãos competentes o andamento das investigações".