O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, decretou um luto oficial de três dias após o temporal que devastou a capital fluminense na noite desta quarta-feira (6) e na madrugada desta quinta (7), deixando ao menos cinco mortos e uma pessoa desaparecida.
“A prefeitura está decretando luto oficial de três dias pela tragédia que se abateu sobre a cidade e pelas pessoas que perderam [suas vidas]", afirmou Marcelo Crivella à imprensa, hoje pela manhã. "A cidade se movimenta bem, apesar do trânsito intenso pela manhã. Ainda há bolsões d’água, principalmente no Jardim Botânico", avisou.
"Como estão previstas chuvas para a parte da tarde, a prefeitura recomenda que as pessoas que puderem fiquem em suas casas, optem pelo transporte coletivo ou procurem áreas seguras”, disse o prefeito em comunicado.
De acordo com o prefeito, o problema maior que a cidade vem enfrentando é na Avenida Niemeyer , que deverá ficar interditada por todo o dia ou mesmo até amanhã (8). “Vamos ver a profundidade do solo. Todos sabem que existe uma rocha sã (rocha remanescente de superfície aplainada), com pouca profundidade e com solo de cobertura, que por ser fixo, retém água”, disse.
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Frente às 170 árvores que caíram em todo a cidade, durante o temporal, causando ainda mais estrago e destruição pelo município, Crivella admitiu a possibilidade de decidir pelo corte de árvores na região da Niemeyer também. “Se essas árvores forem antigas, se forem frondosas, e se o solo for raso, aí sim eu acho que vale a pena remover essas árvores e plantar em outros lugares”, afirmou.
Segundo o prefeito carioca, fortes chuvas eram previstas para ontem pela prefeitura. No entanto, ainda de acordo com ele, um temporal seguido de outro surpreenderam as autoridades, o que levou à decretação do estágio de risco.
“A previsão era de que nós teríamos chuvas de moderada a forte, o que realmente ocorreu. Agora, surpreendentemente, atrás dessa tempestade se formou uma outra ainda maior e que ficou presa, não ultrapassando a Floresta da Tijuca. E aí ela se precipitou toda sobre a zona sul do Rio, sobretudo na Rocinha, no Vidigal e no Jardim Botânico”, afirmou.
Foi o prefeito também quem confirmou, logo cedo nesta quinta-feira, que cinco pessoas já haviam tido as suas mortes confirmadas pelos bombeiros. Segundo ele, uma sexta pessoa está sendo procurada e pode aumentar o número de vítimas fatais deixadas pelo temporal .
Isso porque, entre as cinco mortes confirmadas, uma foi na Avenida Niemeyer, em São Conrado, onde uma árvore caiu sobre um ônibus e atingiu a ciclovia. Uma moça, cuja identidade ainda não foi revelada, ficou presa entre as ferragens na parte da frente do coletivo atingido, que ficou parcialmente destruído. Uma outra pessoa estaria presas entre as ferragens, mas até o momento não foi resgatada.
O ônibus da viação Jabour fazia a linha Campo Grande x Castelo, quando foi atingido pela queda de uma árvore de grande porte que deslizou da encosta da Avenida Niemeyer.
Em Pedra de Guaratiba, outras duas pessoas de uma mesma família morreram em consequência do desabamento de uma casa. Seu nomes: Isabel e Mauro Paes, mãe e filho. O marido de Isabel, Áureo Paes, e o outro filho Arthur ficaram feridos e foram levados para o Hospital Lourenço Jorge, mas passam bem.
As outras vítimas estavam na Favela da Rocinha, onde foi registrada uma morte em consequência de desabamento de uma barreira, e no Vidigal, outra em consequência da queda de um muro. Ambas as favelas ficam em São Conrado, na zona sul da cidade, uma das áreas mais atingida pelo temporal de ontem .
Sobre hoje, Crivella diz que há previsão de chuva, já confirmada por meteorologistas, mas que a força do temporal previsto para esta quinta não será como a do temporal de ontem. Apenas ontem, choveu no Rio de Janeiro mais do que era esperado para todo o mês de fevereiro.
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“As chuvas devem cair só na parte da tarde. Meteorologistas dizem que não será tão forte como a chuva de ontem, mas é preciso ter segurança. [Para] aquelas áreas que são de risco, estamos com o solo encharcado, há risco de queda de árvores em cima de casas", disse. "Existe um protocolo, um treinamento para que essas pessoas que vivem em encostas e áreas de risco não permaneçam lá”, destacou o prefeito Marcelo Crivella .
* Com informações da Agência Brasil.