Justiça nega habeas corpus e mantém engenheiros e funcionários da Vale presos

Funcionários são suspeitos de fraudar documentos que garantiam segurança na barragem que cedeu em Brumadinho e fez centenas de mortos; relembre

Engenheiros responsáveis por barragens de Brumadinho seguem presos
Foto: Isac Nóbrega/PR
Engenheiros responsáveis por barragens de Brumadinho seguem presos


Os dois engenheiros da TÜV SÜD suspeitos de terem ocultado riscos de segurança nas barragens que se romperam em Brumadinho (MG), na região metropolitana de Belo Horizonte, tiveram os pedidos de habeas corpus negados pela Justiça e vão seguir presos. Além deles, outros três funcionários da Vale também seguem detidos.

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Na decisão, o desembargador do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), Pedro Vergara, entende que os engenheiros precisam continuar presos já que a investigação aborda possíveis fraudes em documentos que atestaram segurança na barragem de Brumadinho e que toda documentação ainda não está assegurada pela Justiça.

Makoto Mamba, André Yassuda, o geólogo Cesar Augusto Paulino Grandchamp e os gerentes da Vale, Ricardo de Oliveira e Rodrigo Artur Gomes de Melo, foram presos na última terça-feira (29) preventivamente. As defesas alegam que seus clientes são vítimas e estão detidos apenas para que o Estado dê uma resposta rápida para a sociedade após a tragédia de Minas Gerais.

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Na decisão que também mantém os três funcionários da Vale presos, o desembargador Marcílio Eustáquio Santos destaca que todos são investigados por crimes ambientais, falsidade ideológica e homicídios qualificados, já que as investigações apontam que essas pessoas sabiam do risco de desabamento da barragem e, mesmo assim, mantiveram a área em uso, sem que outros funcionários, atingidos pela lama , soubessem.

Relembre a tragédia em Brumadinho

Foto: Ricardo Stuckert / Fotos Públicas
Justiça investiga se houve erros de engenheiros em Brumadinho


A tragédia, que ocorreu no último dia 25, provocou a morte de ao menos 121 pessoas, conforme os últimos números informados pela Defesa Civil de Minas Gerais. O órgão atualizou neste domingo o número de vítimas identificadas, que chegou a 107. Por outro lado, ainda há 226 pessoas desaparecidas em meio à lama que tomou a cidade.

Tudo foi causado pelo rompimento da barragem Mina Córrego do Feijão, da mineradora Vale.

A mineradora responsável pela barragem em Brumadinho instalou neste sábado (2) a primeira membrana no Rio Paraopeba. Conforme informações divulgadas por engenheiros da empresa, a barreira foi colocada próximo à captação de água da cidade de Pará de Minas, a cerca de 40 quilômetros da cidade atingida O sistema de captação será protegido por três barreiras de retenção. As outras duas devem ser instaladas neste domingo (3).