Imagens da câmera de segurança de uma casa flagraram o momento exato em que um homem carregava o corpo inconsciente de uma mulher por rua do Capão Redondo, na zona sul de São Paulo. A vítima, Francisca Batista da Silva, 49 anos, morreu após ser estrangulada pelo companheiro, nesta terça-feira (22).
Leia também: Médico acusado de abusar sexualmente de pacientes se entrega à polícia, em SP
De acordo com a polícia, Sandoval Santos Bastos, de 34 anos, tinha planos de sair da cidade e teria conseguido dinheiro emprestado, antes de assassinar mulher dentro de casa e deixar seu corpo na rua, a 200 metros da residência onde o casal morava.
Em imagens flagradas pelas câmeras de segurança de uma casa vizinha, Sandoval aparece carregando Francisca nas costas e foge depois de abandonar o corpo.
O acusado foi preso algumas horas depois de ter cometido o crime, registrado no 47° Distrito Policial como homicídio qualificado com o agravante de feminicídio e violência doméstica. O corpo da vítima foi levado ao Instituto Médico Legal (IML) para realização de laudo.
Francisca e o companheiro estavam juntos há menos de um ano e teriam discutido no dia em que aconteceu o crime. Em depoimento, o agressor alegou que a vítima teria passado mal e morrido em casa e explicou que levou o corpo para a rua com receio de que pensassem que ele havia assassinado a namorada.
Leia também: Miliciano suspeito de matar Marielle tinha reuniões com vereador, diz testemunha
Violência contra a mulher atinge níveis preocupantes
De acordo com relatório global divulgado pela Human Rights Watch na última quinta-feira (17), o Brasil atingiu recorde por mortes violentas ao registrar 63.880 casos em 2017 . Além de crianças e adolescentes que são vítimas da falta de segurança pública, a ONG revelou que as mulheres também estão em um grupo de risco, já que os casos de agressão domiciliar se apresentam como inaceitáveis.
O relatório ainda apontou que a polícia não investiga devidamente milhares desses casos de violência, fazendo com que muitos dos responsáveis não sejam processados. No fim de 2017, mais de 1,2 milhões de casos estavam pendentes nos tribunais.
O diretor para a divisão das Américas da Human Rights Watch, José Miguel Vivanco, denunciou uma “epidemia de violência contra a mulher ”. Segundo ele, a Lei Maria da Penha, de 2006, é uma das melhores do mundo para combater esse tipo de violência, porém a estrutura precária não consegue fazer com que ela seja aplicada como deveria.