Human Rights Watch disse que Bolsonaro representa
Reprodução/Agência Câmara
Human Rights Watch disse que Bolsonaro representa "risco à segurança pública"

A ONG internacional Human Rights Watch citou o governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) como exemplo de "autocracia" e classificou políticas da nova gestão como "grande risco à segurança pública".

Os comentários constam de  relatório que mostra que o Brasil bateu recorde de mortes violentas em 2017, com 63.880 casos. No capítulo introdutório do documento, o diretor executivo mundial da  Human Rights Watch , Kenneth Roth, citou o novo governo brasileiro como exemplo negativo de "autocracia" que representa um "período de escuridão" para os direitos humanos.

"Apesar da crescente resistência, as forças da autocracia estão em ascensão. Por exemplo, o Brasil elegeu o presidente Jair Bolsonaro – um homem que, com grande risco para a segurança pública, encoraja abertamente o uso de força letal pelos militares e policiais em um país já devastado por uma alta taxa de mortes de policiais e mais de 60 mil homicídios por ano", escreveu Roth.

Bolsonaro não é o único líder internacional citado negativamente pelo diretor executivo da ONG. Também são criticados nomes como Recep Tayyip Erdogan, presidente turco; Rodrigo Duterte, presidente das Filipinas; Donald Trump, presidente dos EUA, e Matteo Salvini, ministro do interior da Itália. Os dois últimos são recorrentemente elogiados pelo presidente brasileiro.

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O diretor para as Américas da HRW, José Miguel Vivanco, afirmou em outro documento que o governo federal "deve tratar a crise de segurança pública que engole o Brasil por meio de medidas que reduzam o crime e, ao mesmo tempo, respeitem os direitos humanos ".

"Os brasileiros, com razão, estão fartos da alta taxa de criminalidade no país", disse Vivanco. "Mas encorajar a polícia a matar e colocar mais suspeitos, antes de terem sido julgados, nas prisões superlotadas do Brasil, prejudicará, e não melhorará, a segurança pública."

O alerta remete à promessa de campanha de Bolsonaro em dar "carta branca" a policiais para materem em serviço. Vivanco ressalta que, internacionalmente, os padrões de direitos humanos proíbem a polícia de "matar deliberadamente, exceto quando necessário para proteger suas próprias vidas ou a vida de terceiros".

presidente Bolsonaro reagiu hoje à divulgação do relatório da Human Rights Watch ao que classificou como "falácias" contra suas políticas para a segurança pública. Pelas redes sociais, o presidente esclareceu que não assinou o decreto que facilita a posse de armas para que este represente, sozinho, a solução para a violência no País. Bolsonaro prometeu lançar novas "medidas eficientes" para o tema.

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