João de Deus se torna réu pela segunda vez por crimes sexuais

Justiça de Abadiânia recebeu denúncia cerca de 24 horas após acusações por estupro de vulnerável e violação sexual serem entregues pela promotoria

João de Deus e defesa têm rechaçado acusações por crimes sexuais
Foto: Cesar Itiberê/ Fotos Públicas
João de Deus e defesa têm rechaçado acusações por crimes sexuais

A Justiça de Goiás acatou nesta quarta-feira (16) nova denúncia contra João Teixeira de Faria, o João de Deus. O médium agora vai responder a nova ação penal por estupro de vulnerável e violação sexual mediante fraude. A defesa não se manifestou até o momento a respeito da abertura do novo processo.

A denúncia, recebida pela juíza Rosângela Rodrigues Santos, da comarca de Abadiânia, foi oferecida nessa terça-feira (15) pelo Ministério Público  do estado (MP-GO). A promotoria acusa João de Deus de ter praticado crimes sexuais contra 13 mulheres – dois quais cinco ainda não teriam prescrito. Os novos crimes atribuídos ao médium, preso há quase um mês em Aparecida de Goiânia, teriam acontecido entre 1990 e 2017. 

O  médium  chegou a prestar depoimento à promotoria goiana no início da semana, justamente para evitar a produção dessa segunda denúncia. Em nota divulgada ontem, o advogado Alberto Zacarias Toron criticou a atuação do MP-GO, classificada por ele como "medonha", e apontou haver pressa nos ritos da investigação.

"Chega a ser medonho o que os membros do MP estão fazendo no caso João de Deus. Não nos dão vista de nada, marcam interrogatório um dia antes no próprio MP, a defesa é obrigada a ler tudo em 20 minutos antes do interrogatório. Ele é ouvido e a denúncia (que já estava pronta) é protocolizada na manhã seguinte. É a antítese do que deve ser um processo no Estado Democrático de Direito", reclamou o advogado.

Alvo de acusações de mais de 250 mulheres desde o início de dezembro, o líder espiritual que prestava atendimentos na Casa Dom Inácio de Loyola já era réu em outra ação , também por  violação sexual  mediante fraude e estupro de vulneráveis. Esse processo, que tramita no Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), trata de supostos crimes cometidos contra quatro mulheres no período de abril a outubro do ano passado. 

O médium também já foi indiciado, juntamente à sua esposa , Ana Keyla, por porte ilegal de armas. O inquérito foi aberto após a Polícia Civil apreender revólveres e pistolas em endereços de  João de Deus . Também foram encontradas quantias de dinheiro em espécie que somam R$ 1,2 milhão, além de pedras preciosas. Esse último item, bem como um computador apreendido, ainda está sendo analisado pela perícia.