Em seu 12º dia de ataques no Ceará, membros de facções criminosas voltaram agir na madrugada deste domingo (13). O alvo dos criminosos foi uma ponte na BR-116, na Grande Fortaleza, que foi atacada com explosivos e o local foi interditado.
Leia também: Criminosos explodem torre de transmissão de energia e concessionária no Ceará
Apesar de, até o momento, não haver informações sobre a dimensão do dano que os ataques no Ceará causaram à ponte, que fica sobre o Rio Choró, na cidade de Chorozinho, a Polícia Rodoviária Federal decidiu interditar o local.
Motoristas que trafegam entre as cidades de Fortaleza e Chorozinho devem alterar o trajeto e fazer a rota pela cidade de Horizonte.
Além deste, outros ataques foram registrados neste domingo. No interior e na capital, veículos foram incendiados em Umirim, no interior do estado, em Fortaleza, no Bairro Siqueira. Não há informações de feridos e, até então, ninguém havia sido preso por estes crimes.
A onda de violência no estado começou em 2 de janeiro após o governo anunciar medidas para tornar mais rigorosa a fiscalização nos presídios. No sábado (11), criminosos derrubaram uma torre de transmissão de energia elétrica detonando bombas no local, e explodiram uma concessionária de veículos.
Bolsonaro classifica ataques no Ceará como terrorismo
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) usou as redes sociais para defender que as ações criminosas que têm se repetido a 11 dias em cidades do Ceará sejam classificadas como terrorismo .
Bolsonaro citou a série de crimes no estado para cobrar a aprovação do projeto que amplia a Lei Antiterrorismo e atualmente se encontra estacionado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.
"Ao criminoso não interessa o partido desse ou daquele governador. Hoje ele age no Ceará, amanhã em SP, RS ou GO. - Suas ações, como incendiar, explodir, ... bens públicos ou privados, devem ser tipificados como TERRORISMO . - O PLS 272/2016 do Sen Lasier Martins é louvável", escreveu o presidente.
O projeto citado pelo presidente propõe alterações na lei sancionada em 2016, como a inclusão na definição desse crime atos para “coagir o governo” a “fazer ou deixar de fazer alguma coisa, por motivação política, ideológica ou social”.
Críticos do projeto, como movimentos sociais, alegam que a redação proposta torna possível nova interpretação sobre manifestações populares, permitindo que ativistas sejam criminalizados por terrorismo.
Quanto aos movimentos sociais, Bolsonaro também traçou paralelo entre organizações criminosas e grupos como o Movimento dos Sem-Terra (MST) e o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). O presidente citou a ação criminosa ocorrida na madrugada deste sábado (12) no município de Maracanaú, onde bandidos derrubaram uma torre de transmissão de energia.
Leia também: Deputados do Ceará votam pacote de lei para controlar o crime organizado
"Ano passado (em pré-campanha) constatei que algumas torres de transmissão de energia, no estado do Pará, continham em média 200 pneus. O MST ameaçava tocar fogo caso fizessem reintegração de posse naquelas áreas. PCC, CV, .... CASO SE UNAM AO MST, MTST, ..... ??????", escreveu o presidente se referindo aos ataques no Ceará .