Ceará contabiliza 84 ataques nas últimas três noites; veja vídeos

Da noite de sexta-feira (4) para a madrugada deste sábado (5), carros foram incendiados em concessionárias e shopping; 86 suspeitos já foram detidos

Onda de violência no Ceará já registrou 84 ataques; criminosos querem saída de secretário
Foto: Reprodução
Onda de violência no Ceará já registrou 84 ataques; criminosos querem saída de secretário


A onda de violência no Ceará continuou pela terceira noite consecutiva. Da noite desta sexta-feira (4) para a madrugada deste sábado (5), os ataques feitos por criminosos em vários pontos da capital, Fortaleza, e também do interior, continuaram mesmo após a chegada de agentes da Força Nacional

Ao todo, desde o início do cenário de violência no Ceará , na última quarta-feira (2), já foram contabilizados 84 ataques. Entre os crimes, estão veículos de transporte público, carros particulares e de concessionárias queimados; prédios públicos e privados atacados e até a explosão de uma bomba em Caucaia.

De acordo com a Secretaria de Segurança do Ceará, 25 cidades já sofreram com os atentados: Fortaleza, Tianguá, Pacatuba, Horizonte, Maracanaú, Caucaia, Pindoretama, Eusébio, Morada Nova, Jaguaruana, Canindé, Piquet Carneiro, Morrinhos, Aracoiaba, Baturité, Juazeiro do Norte, Guaiúba, Acaraú, Massapê, Pacajus, Ibaretama, Icapuí, Pacoti, Sobral e Jijoca de Jericoacoara.

Ainda segundo as autoridades, nenhuma pessoa foi morta durante os ataques, e apenas três vítimas tiveram ferimentos leves. Desde a última quarta-feira, 86 pessoas já foram detidas por suspeita de participação nos atentados, sendo 36 delas em flagrante. 113 presos também foram autuados por desobediência e motim. Outros 250 ainda serão processados.

Em uma pichação feita em um posto de saúde da capital Fortaleza, supostos criminosos dizem que a onda de ataques não vai parar até a exoneração do secretário da Administração Penitenciária, Luís Mauro Albuquerque: “Não vamos parar até o secretário sair. Fora, secretário Mauro Albuquerque”, diz o recado.

Na madrugada de hoje (5), moradores relataram mais carros queimados, tanto no estacionamento de um shopping em Fortaleza, localizado a Avenida Bezerra de Menezes, quanto em um concessionária do bairro Mucuripe. Confira as imagens:




No Twitter, a população do estado também comenta a onda de violência . A hashtag #cearaemchamas está sendo utilizada pelos usuários, que relatam, inclusive, ataques a novas instituições públicas. Veja:


















Com os atentados, serviços públicos foram afetados na capital e região.  A frota de ônibus de Fortaleza foi reduzida e circulam apenas 41 veículos neste sábado (5), todos três com policiais armados dentro.  A medida foi anunciada pelo sindicato da categoria e vale até a meia-noite (1h do sábado de Brasília).

As vans da Cooperativa dos Transportes Autônomos de Passageiros do Estado do Ceará (Cootraps), que fazem transporte alternativo da cidade, deixaram de funcionar.

Força Nacional tenta conter onda de violência no Ceará

Foto: Divulgação/ Governo de Transição
Novo ministr Sérgio Moro determinou o envio da Força Nacional para conter a onda de violência no Ceará


Na noite de quinta-feira (3), o recém-empossado ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro , determinou que a Polícia Federal (PF), a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) tomem as providências necessárias para auxiliar o Ceará no combate à violência. Nesta sexta (4), autorizou o envio da Força Nacional .

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Cerca de 300 homens e 30 viaturas dachegaram ontem (4) ao estado, onde atuarão por 30 dias em ações de segurança. Caso necessário, o prazo pode ser prorrogado.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), 50 pessoas já foram presas ou apreendidas por envolvimento nas ações de violência no Ceará. O presidente do Conselho Penitenciário do Estado do Ceará, Cláudio Justa, crê que os atentados  sejam uma  represália à fala do novo secretário de Administração Penitenciária (SAP) , Luís Mauro Albuquerque, que foi nomeado para o cargo neste ano. Ele disse que "o Estado não deve reconhecer facção" em presídio e afirmou que fará fiscalização rigorosa para evitar a entrada de celular nas unidades prisionais.