Usuários do metrô do Rio de Janeiro se revoltaram com um episódio de racismo contra uma passageira negra sentada no vagão. O caso, gravado na última quinta-feira (29) e divulgado nas redes sociais, ocorreu por volta das 15h e gerou muitas críticas ao comportamento da ofensora, que acabou sendo retirada do metrô por seguranças da estação de Botafogo, na zona sul carioca.
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O vídeo mostra uma mulher em pé reclamando por ter sido tocada por uma passageira negra, a vítima do caso de racismo . "Eu não quero que ela toque em mim. Eu não quero que essa preta toque em mim", gritou a ofensora. "Essa mulher tocou em mim, essa mulher tocou na minha mão. Estão fazendo de propósito", continuou.
A passageira continuava a ofender a mulher negra, enquanto as outras pessoas presentes no vagão tentavam apaziguar a situação e fazê-la parar de gritar. Ao fundo, é possível escutar que alguns dos passageiros a chamaram de "racista"; outros insistiam para que ela fosse embora do trem.
A partir de determinado momento do vídeo, a agressora começa a dizer frases sem sentido. Isso levou alguns internautas a acreditarem que a mulher talvez estivesse passando por um surto psicótico – o que, de qualquer forma, não justificaria as ofensas. "Hoje é aniversário da minha mãe, e essa não é a minha mãe. Eu não sou parente dela!", esbravejou a passageira.
No vídeo, também é possível ouvir uma outra mulher, que levava uma mala amarela, dizendo que estava dando voz de prisão à agressora. Segundo divulgado pelo jornal carioca Extra , porém, a assessoria de imprensa do MetrôRio informou a vítima preferiu não registrar ocorrência em uma delegacia e seguiu viagem.
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Quando as portas do trem se abriram, os seguranças da metrô foram chamados pelos outros passageiros. A responsável pelo episódio de racismo foi retirada do local para evitar mais transtornos.
Repercussão do caso de racismo
O vídeo do episódio foi parar no Facebook e logo viralizou. A responsável pela publicação, Beatriz Andrade, de 22 anos, explicou que decidiu registrar o ocorrido porque seria sua única forma de ajudar.
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"Não quero incentivar ódio, até porque a mulher opressora provavelmente não estava em suas faculdades mentais, mas isso nao é justificativa pra amenizar o estrago que ela fez", disse Beatriz. A postagem sobre o caso de racismo no metrô recebeu cerca de 67 mil compartilhamentos e ultrapassou 3,3 millhões de visualizações até o momento da publicação desta matéria.