Criminosos divulgam vídeo na internet de estupro coletivo de menino de 12 anos

Menino de 12 anos, viciado em drogas, foi vítima de abuso sexual, psicológico e físico em vídeo gravado e divulgado pelos criminosos nas redes sociais

Polícia Civil do Distrito Federal investiga caso de estupro coletivo contra menino de 12 anos que teve vídeo divulgado na internet pelos próprios estupradores
Foto: Divulgação/Polícia Civil
Polícia Civil do Distrito Federal investiga caso de estupro coletivo contra menino de 12 anos que teve vídeo divulgado na internet pelos próprios estupradores

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) está investigando um caso de estupro coletivo contra um menino de 12 anos. O crime foi gravado e publicado nas redes sociais pelos próprios criminosos causando a indignação de moradores da capital, consequente repercussão na mídia e, então, chamando a atenção da Polícia.

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Cinco pessoas estão sendo investigadas: três adolescentes, um homem de 18 anos e uma mulher de 21 anos; mas apenas a mulher foi presa até o momento, em flagrante. Ela foi indiciada pelo estupro coletivo de vulnerável e ameaça, já que ela presenciou o momento do ataque e gravou tudo em vídeo que mais tarde seria publicada nas redes sociais.

Os demais envolvivos também já foram identificados e estão sendo investigados pela 33ª Delegacia de Polícia (DP), no caso dos adultos, e pela Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA), no caso dos adolescentes, que também teve acesso ao inquérito policial.

O crime de  abuso sexual , psicológico e físico aconteceu há mais de uma semana, mas a Polícia Civil do Distrito Federal só tomou conhecimento após ser procurada pelo Conselho Tutelar da região administrativa e pelo tio da própria vítima: um menino de 12 anos que morava com a avó no município de Santa Maria (DF). Ela contou que, por causa das drogas, já não conseguia mais controlar o neto e, na escola, professores já haviam chamado o Conselho Tutelar por conta da "indisciplina" do aluno.

Nas imagens do vídeo é possível ver que os autores do crime obrigam o garoto a vestir roupas íntimas femininas, maquiagem, um tecido em volta do pescoço e a dizer o que os estupradores queriam ouvir na hora do abuso sexual. Em depoimento colhido pelos investigadores da 33ª DP, o menino narra em detalhes a sucessão dos acontecimentos.

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Segundo o delegado-adjunto da unidade, Alberto Rodrigues, a vítima era amiga dos demais integrantes do grupo e "as imagens demonstram ações grotestas e uma condição deplorável contra um adolescente em situação de vulnerabilidade social". Ainda segundo o delegado, a vítima era usuário de drogas e teria se envolvido com um grupo de traficantes da região do Condomínio Porto Rico por quem era obrigado a vender entorpecentes na Rodoviária do Plano Piloto, sob comando dos adolescente mais velhos e do casal de adultos.

"O menino ia até essas pessoas em busca de mais drogas. A líder que dirigia o vídeo e comandava como como as demais pessoas deveriam agir também era quem fornecia a droga para a vítima vender", relata o policial antes de continuar "eles diziam que se a vítima comentasse o fato com alguém teria membros do corpo cortados e seria torturada até a morte".

Em depoimento, a mulher presa disse que a criança já tinha sido estuprada pelo grupo em outras ocasiões e que a prática do crime era "recorrente". O próprio menino declarou que era vítima de abuso sexual há mais tempo.

Agora, a mulher responsável por gravar e divulgar as cenas do estupro coletivo e que já está presa poderá ser condenada a pena que varia de 1 a 6 anos de prisão, por armanezar e compartilhar o vídeo; mais 8 a 15 anos, por estupro de vulnerável; e mais de 6 meses a dois anos de reclusão, pelas ameaças.

Já o menino de 12 anos foi primeiro abrigado pelo Conselho Tutelar, mas agora já foi encaminhado de volta para a casa da mãe que mora Santo Antônio do Descoberto (GO) e deve retomar a guarda do filho ainda nesta quinta-feira (11), véspera do Dia das Crianças.

Conforme o conselheiro Hessley Santos, ouvido pelo G1, a criança também passou por espancamentos, chegou a ser afogada em um córrego próximo ao condomínio e era punido sempre que o grupo não "ficava satisfeito" com o resultado do tráfico de drogas.

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Ele passou por uma exame toxicológico para verificar se era mesmo usuário de drogas e uma avaliação psicológica, além de um exame de corpo de delito no Instituo Médico Legal (IML) para comprovar e caracterizar o estupro coletivo . O resultado, no entanto, é sigiloso.