O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) tornou réu Orlando Oliveira de Araújo – conhecido como Orlando da Curicica –, que é um dos suspeitos de envolvimento com a morte da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes. A decisão foi proferida pelo juiz Alexandre Abrahão Dias Teixeira, da 3ª Vara Criminal da Capital, após denúncia contra Orlando e Charle Dickson Pereira da Silva. Nesse processo, a dupla é acusada pelo assassinato de André Luiz Barreto Serralho, ocorrido em agosto de 2016, em Jacarepaguá, zona oeste do Rio.
Leia também: Polícia prende homem suspeito de participar da execução de Marielle Franco
Segundo a denúncia oferecida pelo Ministério Público estadual (MP-RJ), o crime foi "cometido por motivo torpe", devido a disputas dentro da milícia que atua no bairro da Curicica. Orlando da Curicica, que se encontra preso preventivamente desde outubro do ano passado, é tido como um dos suspeitos pelo assassinato de Marielle e Anderson, sendo investigado pela Divisão de Homicídios da Capital. Atualmente, o homem está detido na Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte.
O juiz da 3ª Vara Criminal destacou ao aceitar a denúncia que “o perfil violento, em especial destes denunciados, seus passados criminosos e a certeza de impunidade têm levado a prática desse tipo de conduta no estado". "Hoje, apenas para frisar, o Rio de Janeiro conta com inúmeras pessoas executadas em razão de confrontos promovidos por facções criminosas do tipo ‘milícia e/ou tráfico’”.
Desse modo, o magistrado decretou a prisão preventiva de Orlando e de Charle Dickson, embora ambos já estejam presos, acusados de outros crimes. Curicica está detido devido a um homicídio ocorrido em 2015.
Leia também: Marielle: suposta atuação de deputados em assassinato é investigada
Passados seis meses, caso Marielle aguarda solução
Em setembro, o assassinato da vereadora do RJ e do motorista Anderson Gomes completou seis meses, e aguarda por respostas. Segundo as autoridades federais, é estimado que até o final deste ano o caso seja solucionado. Para a viúva de Marielle, Mônica Benício, parentes, amigos e ativistas, eles foram executados.
Nos últimos meses, a Câmara Municipal do Rio aprovou projetos de autoria da vereadora, conhecida pela militância em defesa das mulheres, negros, população LGBT e direitos humanos. Franco foi assassinada com quatro tiros na cabeça e seu motorista, Anderson Gomes, atingido por três balas. Eles estavam saindo de um evento político-cultural, no bairro de Estácio, no centro do Rio quando foram mortos, em 14 de março deste ano. Câmeras de segurança flagraram os carros e os suspeitos.
Leia também: Ministro cita "envolvimento de agentes do Estado e políticos" no caso Marielle
Em julho, a Delegacia de Homicídios (DH) do Rio de Janeiro prendeu dois suspeitos, que segundo os oficiais, pertencem ao grupo de Orlando da Curicica, e em agosto, o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, reconheceu que “agentes do Estado” e “políticos” estão envolvidos no caso Marielle . Jungmann tem afirmado que as investigações ainda não foram concluídas por conta das dificuldades nas apurações.
*Com informações da Agência Brasil