
Cinco mandados de prisão preventiva contra acusados de lavagem de dinheiro e evasão de divisas estão sendo cumpridos nesta terça-feira (4), no Rio de Janeiro e na Bahia, pela força-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro. Mandados de busca e apreensão em endereços de nove pessoas e três empresas também estão sendo cumpridos.
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Sendo um desdobramento da Operação Câmbio Desligo, da Lava Jato , a operação de hoje foi nomeada de Marakata e tem como objetivo investigar um esquema de comércio ilegal de pedras preciosas e semipreciosas para lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), entre os anos de 2011 e 2017, as transações desse esquema chegaram a movimentar em duas contas internacionais aproximadamente US$ 44 milhões, o equivalente a R$ 180 milhões.
Força-tarefa da Lava Jato investiga esquema vinculado a rede de negócios

O MPF afirmou que o esquema de comércio ilegal tinha ligação com a rede de negócios de Dario Messer, conhecido como “doleiro dos doleiros”. Ainda segundo o Ministério Público Federal, as transações irregulares movimentaram mais de US$ 1,6 bilhão em contas de três mil empresas offshoreem, em 52 países, tendo como cliente o ex-governador Sérgio Cabral, que foi denunciado na Câmbio Desligo junto com Messer e encontra-se preso no Rio de Janeiro.
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Entre os alvos da chamada Operação Marakata estão os sócios-administradores da empresa Comércio de Pedras O S Ledo, Marcello Luiz Santos de Araújo e Daisy Balassa Tsezanas, que segundo o MPF, trabalham com a compra de pedras preciosas de garimpos baianos, exportando-as para empresários indianos utilizando notas fiscais e invoices falsos – um tipo de nota fiscal no mercado internacional.
A empresa está sendo investigada pelo MPF e pela Polícia Federal por ter vínculo com doleiros que forneciam dólares no exterior para as operações de compensação que foram descobertas somente durante a Operação Câmbio Desligo.
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“Os dólares provinham de pagamentos por fora com a exportação de esmeraldas e outras pedras para empresas, principalmente da Índia e Hong Kong, como Golden Whell Impex, Gloria International Trading, Gemoro, Kge Rough Gems, Precious Gems, Akar Gems, Beads Paradise e Unique Gems", diz o MPF em nota.
"Uma parte dos valores era internalizada no país pelo sistema de dólar-cabo invertido e usado para pagamentos em reais, também por fora, aos garimpeiros e atravessadores com os quais a O S Ledo negociava as pedras no mercado nacional", concluiu a nota acerca das investigações realizadas pela força-tarefa da Lava Jato no Rio e na Bahia.
* Com informações da Agência Brasil