O ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, apontou nesta segunda-feira (3) a possibilidade de o incêndio que destruiu o Museu Nacional do Rio de Janeiro na noite de domingo (2) ter sido ocasionado por uma queda de balão no teto do prédio. As informações são do jornal Folha de S. Paulo .
Segundo a colunista Mônica Bergamo, o diretor do Museu Nacional teria informado ao ministro que vigilantes da instituição teria começado de cima para baixo, o que levantou a suspeita sobre o balão.
Contudo, Sá Leitão continua aguardando uma apuração mais rigorosa sobre as causas do incêndio. “É preciso apurar se há de fato uma conexão entre o incêndio e a fragilidade e a deficiência do museu”, disse.
Em um comunicado feito ainda na noite de domingo, o ministro da Cultura classificou o ocorrido como “imensa tragédia” e afirmou que o dia é de “luto”. Ele ainda lembrou que o local é vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e que reúne um “acervo fabuloso”.
Sá Leitão ressaltou que foi assinado, em junho, um contrato de patrocínio com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no valor de R$ 21,7 milhões.
“Tenho procurado ajudar a instituição desde que entrei no Ministério da Cultura. O Instituto Brasileiro de Museus realizou diversas ações”, informa a nota.
O ministro alertou sobre a necessidade de dar mais atenção ao patrimônio nacional. “Infelizmente não foi o suficiente. Temos que cuidar muito melhor do nosso patrimônio e dos acervos dos museus. A perda é irreparável. Certamente a tragédia poderia ter sido evitada. O Ministério da Cultura está de luto. A cultura está de luto. O Brasil está de luto. É vital refazer o Museu Nacional, revendo também seu modelo de gestão. E investir agora para que isso não aconteça nos demais museus públicos e privados.”
Ainda em nota, Sá Leitão também lamenta que "aparentemente vai restar pouco ou nada do prédio e do acervo exposto. A reserva técnica não foi atingida. É preciso descobrir a causa e apurar a responsabilidade”.
Trabalho dos bombeiros no Museu Nacional continuam
O incêndio durou mais de 6 horas, conforme informou o Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro. As chamas, que começaram por volta das 19h30 do domingo, e duraram até às 2h da madrugada de hoje. Com dificuldade, por conta da falta de água nos hidrantes da instituição, o trabalho de rescaldo foi iniciado nesta manhã.
O resfriamento das estruturas da instituição, para evitar eventuais focos de fogo, continua sendo realizado. Ainda é possível ver fumaça em alguns pontos. A operação é coordenada pelo comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Roberto Robadey, que conta com equipes de 12 quartéis no local.
Até o momento, não há informações sobre a possível causa do incêndio . De acordo com a assessoria de imprensa da instituição e o Corpo de Bombeiros, apenas quatro vigilantes estavam no local, mas não houve feridos.
O Corpo de Bombeiros declarou que não há mais risco de desabamento do prédio. O imóvel, que é do século 19 e não recebia a devida manutenção há décadas, tem a fachada bastante espessa. A corporação informou que, caso haja algum tipo de desabamento, deve acontecer na parte interna do edifício.
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O Museu Nacional do Rio de Janeiro era a mais antiga instituição histórica do país - o local foi fundado por dom João VI, em 1818. O museu era vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com perfil acadêmico e científico. Conhecido por sua nota elevada nos institutos, reunia pesquisas diferenciadas, como esqueletos de animais pré-históricos e livros raros.