Meteorito de quatro bilhões de anos resiste a incêndio no Museu Nacional

Pedra com mais de cinco toneladas foi encontrada em um riacho no interior da Bahia, em 1784, e levada ao Museu Nacional do Rio de Janeiro em 1888 a mando de Dom Pedro II; PF conduzirá investigações e perícia do incêndio

Meteorito Bendegó, de quatro bilhões de anos, foi encontrado em meio aos escombros de Museu Nacional do Rio de Janeiro
Foto: Reprodução/TV Globo
Meteorito Bendegó, de quatro bilhões de anos, foi encontrado em meio aos escombros de Museu Nacional do Rio de Janeiro

A equipe do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro iniciou as buscas pelos itens que resistiram às chamas após conter o incêndio de grandes proporções, que atingiu o Museu Nacional do Rio de Janeiro nesse domingo (2). Segundo a corporação informou nesta segunda-feira (3), o meteorito Bendegó, que tem quatro bilhões de anos, é um dos 'sobreviventes'.

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A pedra, que pesa mais de cinco toneladas e foi encontrada em um riacho no interior da Bahia em 1784, demorou um ano para chegar ao Rio de Janeiro, sendo levada ao Museu Nacional , em Cristóvão, somente em 1888, sob ordens do Imperador Dom Pedro II.

O meteorito de quatro bilhões de anos pertenceria a uma região do Sistema Solar entre os planetas Marte e Júpiter.

Além dele, o museu possuía um acervo de mais de 20 milhões de itens que foram afetados pelo fogo, entre eles o fóssil de Luzia - considerado o maior tesouro do museu , que é o esqueleto mais antigo encontrado nas Américas e fazia parte da coleção de antropologia.

O fóssil de uma mulher entre 20 e 25 anos foi encontrado Lagoa Santa, Minas Gerais. O museu também contava com uma rescontrução facial de Luzia, também destruído pelo fogo.

Acervo de invertebrados foi salvo de incêndio no Museu Nacional

Foto: Divulgação
Encontrado no sertão da Bahia, meteorito Bendegó pesa 5,36 toneladas e era mantido no Museu Nacional do Rio de Janeiro

A vice-diretora do Museu Nacional do Rio de Janeiro, Cristina Serejo, informou hoje que, depois do controle do incêndio, foi encontrado que nem todo o acervo havia sido consumido pelo fogo. Segundo ela, uma coleção de invertebrados escapou por ser mantida em um prédio anexo, que não sofreu danos.

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Serejo afirmou que alguns pesquisadores conseguiram sair do prédio do museu com seus acervos pessoais, e que outros funcionários tiveram condições de retirar computadores pessoais do local.

Inaugurado por D. João VI há 200 anos, o Museu Nacional é a mais antiga instituição científica do Brasil, sendo considerada autônoma, integrante do Fórum de Ciência e Cultura da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e vinculada ao Ministério da Educação.

No local, que já foi usado como residência da família real portuguesa, estava em exposição a coleção egípcia adquirida por D. Pedro I; a coleção de arte da Imperatriz Teresa Cristina; e o mais antigo fóssil humano já encontrado nas Americas, batizado de "Luzia".

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A Polícia Federal da Delegacia de Repressão a Crimes contra o Patrimônio comunicou que agora, que o fogo já foi combatido, conduzirá as investigações acerca do ocorrido no Museu Nacional . Não há previsão para o início das análises sobre as condições do prédio.

*Com informações da Agência Brasil