Doze adolescentes de um time de futebol júnior foram salvos por um resgate na caverna da Tailândia nos últimos dias
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Doze adolescentes de um time de futebol júnior foram salvos por um resgate na caverna da Tailândia nos últimos dias

Um desfecho feliz – e muito mais rápido que o esperado – para uma história dramática que ganhou repercussão mundial. Foi essa a sensação que o resgate na caverna da Tailândia deixou em todos, nesta terça-feira (10), quando foi confirmado que as 13 vítimas do desaparecimento dentro da caverna Tham Luang haviam sido salvas

Não diferente, o resgate na caverna da Tailândia também foi comemorado pela Sociedade Brasileira de Espeleologia. Para a espeleóloga Adriana Batista de Castro, por exemplo, esse foi o resgate mais complexo da história recente.

A especialista em mergulhos em cavernas afirmou ainda que o resultado positivo se deve ao preparo profissional dos resgatistas e ao equilíbrio psicológico e emocional ao longo da operação.

"Pelo que vi nos croquis, os dutos eram muito apertados, era quase impossível passar com os cilindros. Os mergulhadores jogavam os cilindros na frente, depois seguiam. Além de tudo havia o fluxo da água", afirmou Adriana.

Em entrevista, a espeleóloga disse que mergulhar em uma caverna denominada “ambiente com teto” sem treinamento ou preparo é extremamente arriscado e envolve uma série de fatores. 

Habilitada por agências internacionais, Adriana Castro lembrou que os mergulhadores que acompanharam a operação na Tailândia tiveram assistência dessas entidades durante todo o processo de resgate.

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“É muito difícil nessas condições. Pensar em algo assim, sem treinamento formal, está fora de cotigação porque certamente a sorte não estará ao seu lado”, afirmou. “[No caso da Tailândia], a visitibilidade era baixa e a água turva. É preciso muito treinamento e anos de experiência.”

Caso do resgate na caverna da Tailândia preocupa turismo brasileiro

Há uma apreensão, pela Sociedade Brasileira de Espeleologia, de que o episódio com os meninos do time de futebol Javalis Selvagem cause medo em quem tem interesse em realizar turismo em locais cavernosos. 

O espeleólogo Marcelo Rasteiro, especialista em turismo em cavernas, alerta que o correto é visitar locais que estejam em unidades de preservação ambiental, além disso, é preciso evitar aventuras. “Há muitas cavernas públicas no Brasil . É um dos passeios mais bonitos que existem. Mas não se deve aventurar. É preciso tormar os cuidados.”

“As cavernas que estão em unidades de preservação ambiental já foram estudadas, passaram por avaliações de segurança física, capacidade de carga e vetores de doença, por exemplo”, recomendou. “As cavernas são lindas e vale muito a pena. Mas é preciso ter um acompanhamento adequado de pessoas habilitadas para evitar surpresas desagradáveis.”

Um levantamento da organização mostra que há 7.514 cavernas registradas no Brasil . Elas são classificadas por tamanho e profundidade. As principais estão em Minas Gerais, São Paulo, no Pará, na Bahia e em Goiás. 

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Acompanhando atentamente a operação de resgate na caverna da Tailândia , o espeleólogo comemorou. “Foi um esforço de resgate incrível e monumental. Seguimos a cada ação”, afirmou.

* Com informações da Agência Brasil.

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