Os moradores de Minas Gerais viveram, nessa quarta-feira (6), mais uma noite de tensão, com ônibus incendiados em diversos pontos do estado. Com os casos registrados ontem, já se acumulam quase 100 ataques do mesmo tipo, desde o último domingo (3).
Ontem a noite, dois veículos foram atacados: um em Uberlândia e outro em Sacramento. Só nessa quarta, quarto dia de violência, nove ônibus e um caminhão foram queimados. Contando esses episódios, são agora 99 ataques, sendo 63 a ônibus, em 34 cidades de Minas Gerais .
Segundo a Polícia Militar, agentes à paisana têm circulado nos ônibus para tentar evitar novos ataques. Porém, por uma "questão estratégica e operacional" as atividades o desempenho de tais policiais nessa missão não foram divulgados.
Na última terça-feira (5), o governador Fernando Pimentel (PT) admitiu que as ocorrências foram comandadas por membros de facções criminosas. Ele não chegou a especificar qual seria a facção por trás dos ataques, mas disse que a motivação dos criminosos seria o endurecimento das regras nos presídios do estado.
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De acordo com a Ordem dos Advogados do estado (OAB- MG ), tais ataques são relacionados aos ocorridos no Rio Grande do Norte no último fim de semana. A entidade disse ainda que a ação dos criminosos é facilitada pela falta de bloqueadores nas unidades prisionais mineiras.
Reação policial aos ataques em Minas Gerais
Até agora, mais de 40 pessoas foram detidas por suposto envolvimento nos ataques. O coronel da PM, Helbert Figueiró de Lourdes, disse na terça-feira que a corporação já traçou um plano para conter os incêndios.
“Para a gente estancar esse processo em Minas é preciso construção de uma inteligência eficiente, a coleta de dados de todas as pessoas presas para que a gente consiga chegar aí às células dessas organizações criminosas”, detalhou.
Além de espalhar policiais à paisana nos ônibus municipais, é cogitada ainda a possibilidade de transferir presos perigosos para outros estados.
“Há possibilidade da gente, junto com o governo federal, porque existem presos que não são especificamente de Minas Gerais , que podem ser transferidos para o sistema federal”, cogitou o coronel.
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* Com informações da Agência Brasil