Justiça nega pedidos de prisão por locaute durante greve dos caminhoneiros
Polícia Federal já abriu 48 inquéritos para investigar envolvimento de patrões na paralisação; sete "infiltrados" já foram presos em bloqueio de via
Por iG São Paulo |
A Justiça não autorizou os pedidos de prisão apresentados até o momento pela Polícia Federal envolvendo as investigações por suposta prática de locaute durante a greve dos caminhoneiros. Já foram abertos um total de 48 inquéritos para investigar a ocorrência desse crime durante a paralisação que chegou durou oficialmente oito dias, mas ainda provoca abastecimento no País. As informações são da Agência Brasil
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O locaute é o crime configurado na ação de patrões que usam uma mobilização de trabalhadores para obter vantagens financeiras para si. Na semana passada, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, disse que o governo tem "convicção" de que donos de transportadoras também estiveram à frente da paralisação dos caminhoneiros.
As investigações são conduzidas pela PF, onde os delegados constataram que a logística para planejar e manter a paralisação nacional foi muito bem executada, fato que aumenta a suspeita de que os grevistas tiveram apoio dos patrões. Os principais entrocamentos rodoviários chegaram a ser fechados, bem como todos os corredores que levavam a refinarias e aos principais aeroportos. A rede de suprimentos para os caminhoneiros em greve também se mostrou organizada.
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Infiltrados
Estão sendo apuradas ainda a ação de infiltrados, já identificados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) e com auxílio dos serviços de inteligência, conforme informou nessa segunda-feira (28) o diretor-geral do órgão, Renato Dias.
Ministros do primeiro escalão do governo destacaram hoje que a ação desses infiltrados é um dos principais fatores que dificultam a desmobilização completa dos manifestantes por todo o País. De acordo com o chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Sérgio Etchegoyen, sete pessoas não relacionadas ao movimento de caminhoneiros foram presas em bloqueio de rodovia no estado do Maranhão.
O presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), José da Fonseca Lopes, denunciou ontem que grupos políticos ameaçavam caminhoneiros que queriam voltar ao trabalho e forçavam a manutenção da paralisação. O objetivo dessas ações, segundo alegou a Abcam, seria prejudicar a estabilidade do governo.
As investigações sobre o locaute e outros crimes é uma das linhas de atuação do governo federal nesses nove dias de movimento. A outra diretriz é a abertura dos corredores de abastecimento para permitir a viagem de comboios, sob escolta da PRF e das Forças Armadas, com combustíveis, insumos para usinas termelétricas, estações de tratamento e hospitais, além de alimentos, medicamentos e rações para animais.
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