Tenente dos bombeiros diz ser improvável ter sobrevivente em escombros de prédio
Buscas por quatro pessoas desaparecidas chegam ao terceiro dia em SP com o reforço de maquinário pesado; prefeitura cadastrou 169 famílias, mas apenas 56 confirmaram que moravam no prédio e receberão auxílio-moradia
Por iG São Paulo |
Os trabalhos de buscas nos escombros do edifício Wilton Paes, que desabou na madrugada da última terça-feira (1º) na região central de São Paulo, entraram hoje no terceiro dia e ganharam o apoio de maquinário pesado, com tratores e retroescavadeiras. O Corpo de Bombeiros ainda procura por quatro pessoas que estariam no interior do prédio, mas as chances de encontrar sobreviventes no local estão cada vez mais baixas, conforme reconheceu o tenente do Corpo de Bombeiros Guilherme Derrit.
"A gente usa a palavra improvável, e não impossível. É improvável por causa do incêndio. Era um prédio muito elevado, com vários pavimentos", declarou o tenente dos bombeiros ao jornal O Estado de São Paulo .
A Prefeitura de São Paulo anunciou nesta quinta-feira (3) que, até o momento, apenas 56 famílias comprovaram que viviam na ocupação da antiga sede da Polícia Federal e receberão auxílio-moradia durante um ano, cujo valor será de R$ 1.200 no primeiro mês e de R$ 400 a partir do segundo. Ontem, a prefeitura havia informado que os assistentes sociais haviam cadastrado um total de 169 famílias.
Muitas das pessoas que ficaram desabrigadas após o incêndio e o desabamento do prédio passaram a noite na rua na região central da capital paulista . Em nota, a prefeitura afirmou que "a maioria das famílias originárias da ocupação foram acolhidas nos equipamentos oferecidos" pela administração municipal.
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"O município também tem reforçado a necessidade de deslocamento das famílias que permanecem no local para a rede de acolhimento considerando que o trabalho de escavação foi intensificado e o local está insalubre para permanência das pessoas", alega a prefeitura.
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Prefeitura diz que fará censo de ocupações ainda neste sementre
Diante da crise habitacional exposta pela tragédia na ocupação do edifício Wilton Paes, a gestão recém-iniciada de Bruno Covas (PSDB) anunciou nesta manhã que será contratado ainda neste primeiro semestre do ano um 'Censo de Cortiços'. O serviço terá como objetivo mapear cortiços, ocupações e assentamentos precários na região central da cidade. A prefeitura atualmente estima que há 70 prédios ocupados de forma irregular naquela região.
Foi constituída na noite dessa quarta-feira (2) uma comissão com representantes de movimentos de moradia e da sociedade civil para vistoriar as ocupações de São Paulo.