Pela segunda vez em menos de um mês, o mineroduto da multinacional Anglo American voltou a vazar material tóxico em um manancial em Minas Gerais.
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Dezessete dias após um primeiro incidente do tipo, o ribeirão Santo Antônio, que abastece a cidade de Santo Antônio do Grama, foi atingido, causando transtorno à população.
De acordo com a mineradora , o episódio ocorreu no início da noite de quinta-feira (29). Na versão da empresa, a polpa de minério de ferro vazou durante cerca de cinco minutos. O rompimento foi então estancado, e a mineradora paralisou suas operações.
O abastecimento de água do município de Santo Antônio do Grama , com população de aproximadamente 4,2 mil pessoas, não precisou ser paralisado, pois, quando da ocorrência anterior, a mineradora instalou uma adutora para captação de água no Córrego do Salgado.
"As autoridades e órgãos competentes foram avisados imediatamente após identificado o vazamento. A empresa está mobilizando todos os esforços para ação imediata de resposta ao incidente e, tão logo tenha mais informações, divulgará à sociedade", informou a empresa em nota.
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Por conta do primeiro rompimento, a Secretaria de Meio-Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais (Semad) deu à mineradora um prazo até 31 de março para recolher o minério que vazou e sedimentou na calha e nas margens do Ribeirão Antônio do Grama.
Ainda, a Anglo American precisará concluir o Projeto de Recuperação da Área Degradada (Prad) e garantir a estabilidade da barragem de emergência.
A empresa calculou um vazamento de 300 toneladas de polpa de minério. O mineroduto é parte do empreendimento Minas-Rio, que envolve a extração de minério nas serras do Sapo e Ferrugem e o beneficiamento nos municípios de Conceição do Mato Dentro (MG) e Alvorada de Minas (MG). Todo o complexo é apontado pela Anglo American como seu maior investimento mundial.
O rompimento de 12 de março é objeto de um inquérito no Ministério Público Federal e de uma ação civil pública onde o Ministério Público de Minas Gerais pede o bloqueio de R$10 milhões da Anglo American , para garantir a indenização pelos prejuízos sociais e ambientais.
Antes do rompimento, o MPMG havia recorrido à Justiça para denunciar violações de direitos na implantação do projeto Minas-Rio e cobrado R$ 400 milhões para reparação dos danos.
* Com informações da Agência Brasil
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