O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) invadiu no início da manhã desta quinta-feira (8) o parque gráfico do jornal O Globo
, no Rio de Janeiro. De acordo com o grupo, a invasão se deu por volta das 5h30 e foi promovida por aproximadamente 800 militantes. O jornal que integra o conjunto de empresas da família Marinho, por sua vez, afirma que a invasão conta com 400 sem-terra.
O MST alega que a invasão tem como objetivo "denunciar a atuação decisiva da empresa sobre a instabilidade política brasileira". "A Globo promove os golpes em pról de seus interesses empresariais, não interessa as consequências para o País. Por isso ela é criminosa. Ela não é inimiga só dos trabalhadores, ela é inimiga de toda a nação”, afirmou ao site oficial do movimento Ana Carolina Silva, do Levante Popular da Juventude.
O grupo também encampa uma campanha com o mote “A Globo promove intervenção para dar golpe na eleição”, cujo argumento principal é o de que o decreto de intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro visa "manter a classe trabalhadora calada" e abrir espaço para uma eventual candidatura do presidente Michel Temer à reeleição.
A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), a Associação Nacional de Editores de Revistas (Aner) e a Associação Nacional de Jornais (ANJ) divulgaram nota conjunta repudiando a invasão do parque gráfico do O Globo .
"Muitos dos manifestantes, armados com facões, fizeram pichações em vidraças, sofás, paredes e no piso do jornal, além de atearem fogo em pneus. É inadmissível que um grupo, que se diz defensor de causas sociais, ameace e ataque profissionais e meios de comunicação que cumprem a missão de informar a sociedade sobre assuntos de interesse público", diz a nota das entidades.
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Invasão de fazenda de amigo de Temer
A invasão promovida nesta manhã integra a chamada Jornada Nacional de Luta das Mulheres Sem Terra, que incluiu outra invasão midiátia nessa quarta-feira. Pela terceira vez, militantes do grupo tomaram a Fazenda Esmeralda, localizada no município de Duartina (SP) e que pertence ao coronel Lima, amigo pessoal do presidente Michel Temer.
Os manifestantes do MST reivindicam a destinação da fazenda para políticas de reforma agrária. A propriedade tem área de 1.500 mil hectares, o equivalente a aproximadamente 1.500 campos de futebol.
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