Militares do Exército estão “fichando” moradores de três favelas na zona oeste do Rio de Janeiro nesta sexta-feira (23). Nas vias de saída das comunidades, os moradores são fotografados pelos soldados portando documentos de identidade, e só depois de feito o procedimento têm a saída permitida pelos militares.
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Dois repórteres do jornal Folha de S.Paulo que presenciaram o “fichamento” foram impedidos pelos militares de permanecer no local. De acordo com os soldados, os repórteres estariam “intimidando o trabalho” do Exército .
De acordo com o jornal, a foto dos moradores é enviada para o setor de inteligência das Forças Armadas , que checa se o morador tem antecedente criminal. Ainda de acordo com a Folha , o Comando Militar do Leste ainda não se manifestou sobre as razões para “fichar” cada um dos moradores das três favelas.
Desde o anúncio da intervenção militar na segurança pública do Rio de Janeiro, grupos de advogados e entidades de defesa dos direitos humanos têm se manifestado contra o risco de “criminalização da pobreza” que a intervenção traz.
Uma ideia muito criticada foi a expedição de mandados de busca e apreensão coletivos, que abrangeriam bairros inteiros. Legalmente, mandados têm de vir com endereços específicos. Após pressão da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o governo acabou voltando atrás e desistiu da ideia.
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Na semana que vem, o general Braga Netto, escolhido por Michel Temer para liderar a intervenção no estado, anunciará nos novos quadros da Polícia Militar no Rio.
Nascido em Minas Gerais, o general Braga Netto foi o coordenador das ações de segurança durante os Jogos Olímpicos Rio 2016 e, segundo destaca o Ministério da Defesa, possui 23 condecorações nacionais e quatro estrangeiras.
"Recebi a missão agora. Nós vamos entrar numa fase de planejamento. Nosso relacionamento com a Secretaria de Segurança e todos os órgãos é muito bom. No momento, não tenho nada que eu possa adiantar para os senhores. Vamos fazer um estudo e conversar com todos e nossa intenção é fortalecer ainda mais o sistema de segurança lá do Rio de Janeiro e voltar a atuar conforme merece a população carioca", afirmou o general após sua nomeação.