Ex-presidente do Detro se entrega à polícia no Rio de Janeiro

Rogério Onofre teve a prisão decretada na sexta-feira (25) pelo juiz Marcelo Bretas depois de ter sido solto da cadeia por decisão de Gilmar Mendes

Rogério Onofre, ex-presidente do Detro (Departamento de Transportes Rodoviários do Estado do Rio de Janeiro)
Foto: Reprodução
Rogério Onofre, ex-presidente do Detro (Departamento de Transportes Rodoviários do Estado do Rio de Janeiro)

O ex-presidente do Detro (Departamento de Transportes Rodoviários do Estado do Rio de Janeiro), Rogério Onofre, se entregou à polícia na manhã deste sábado (26) após ter tido a prisão decretada pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio de Janeiro .

A prisão do ex-presidente do Detro foi decretada na última quinta-feira (25) pelo magistrado da primeira instância da Justiça Federal.  Onofre, que é réu em uma ação que investiga um esquema de propinas no Rio de Janeiro, já havia sido preso em julho, mas foi solto na semana passada após decisão do ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

Mesmo depois da decisão do ministro, Marcelo Bretas determinou novamente nesta semana a prisão de Rogério Onofre. O MPF (Ministério Público Federal) já havia pedido que Onofre ficasse na cadeia, pois estaria fazendo ameaças a outros presos na Operação Ponto Final e a familiares deles.

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Na sexta-feira, após a expedição do novo mandado de prisão, Onofre não foi encontrado em sua casa e também não se apresentou espontaneamente à polícia. Por esse motivo, o réu na Operação Ponto Final havia sido considerado como foragido. A Polícia Federal chegou a enviar alertas para aeroportos, rodoviárias e para a PRF (Polícia Rodoviária Federal) a fim de evitar uma possível fuga.

Investigações

As investigações apontaram que a propina da Fetranspor (Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro ) destinou R$ 144,7 milhões para o ex-governador Sérgio Cabral entre julho de 2010 e outubro de 2016, além de R$ 43,4 milhões de julho de 2010 a fevereiro de 2016 a Rogério Onofre. Com os repasses, empresários como José Carlos Lavouras, Jacob Barata Filho, Lélis Teixeira, Marcelo Traça e João Augusto Monteiro garantiam a hegemonia no setor de transportes, benefícios na política tarifária e de gestão desse serviço público.

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Entre os fatos narrados na denúncia estão a decisão o ex-presidente do Detro, com anuência de Cabral de, em dezembro de 2009, aumentar as passagens de ônibus intermunicipais em 7,05%. Aquele ano foi o último em que vigorou a política de reajuste via planilhas de custos entregues pela Fetranspor ao Detro (os reajustes ficaram vinculados ao IPCA a partir de 2010, conforme acordo do Estado com o MP-RJ). Uma auditoria do Tribunal de Contas do Estado constatou diversas irregularidades nesse reajuste do fim de 2009 (um estudo tarifário calculou 2,68%), o que levou à condenação de Onofre pelo TCE.