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Parentes da vítima acusam uma vizinha de ter cometido a agressão contra Maria na sexta-feira (18) por volta das 15h. O motivo seria o fato da idosa ser candomblecista. "Ela veio da Bahia do interior com essa cultura dos ancestrais, da família e seguiu a educação que recebeu lá", disse a filha. A aposentada foi atendida no Hospital Geral de Nova Iguaçu, no bairro da Posse, e levou seis pontos na testa e três na boca.
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A idosa ainda não fez exame oftalmológico para verificar se o olho esquerdo foi afetado. De acordo com a vendedora, a vizinha havia ameaçado matar Maria, a quem chama de "macumbeira e feiticeira". Além disso, teria dito que a família podia apresentar queixa na delegacia, o que não resultaria em nada. Eliane entregou aos policiais os vídeos das câmeras de segurança, instaladas na porta da casa da mãe, que mostram o horário que ela saiu e voltou.
O local da agressão, ao lado de um caminhão, no entanto, não está no ângulo das câmeras. "Essa moça chegou a ir na delegacia se fazendo de vítima dizendo que a minha mãe tinha uma tesoura para pegar ela. Só que as imagens mostram que a minha mãe não estava com nada na mão e essa menina não tinha um arranhão no corpo", completou.
De acordo com a Polícia Civil do Rio, a agressão foi registrada na 58ª Delegacia Policial e as investigações estão em andamento com diligências para apurar os crimes de lesão corporal e de injúria. A agressão não foi registrada como intolerância religiosa. Na segunda-feira (21), a aposentada e parentes deverão ser recebidos na Secretaria de Estado de Direitos Humanos e Políticas para Mulheres e Idosos.
O órgão colocou à disposição da idosa e da família, assistência jurídica, psicológica e social. A secretaria informou que vai acompanhar as investigações e pedirá que a Polícia Civil registre o caso como intolerância religiosa. Para o secretário Átila Nunes, casos como esse são inadmissíveis. "Esta senhora foi vítima, no mínimo, de dois crimes: intolerância religiosa e agressão contra idosos", apontou.
Diante dos casos de intolerância religiosa que vem ocorrendo no Rio, o secretário defendeu a criação da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância . "Crimes como esse, que envolvem o preconceito não só religioso, mas também à pessoa idosa, precisam ser combatidos. Pedimos para quem for vítima de qualquer agressão motivada por intolerância ou preconceito, que entre em contato com o nosso Disque Combate ao Preconceito", disse.
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O Disque Combate ao Preconceito funciona de segunda a sexta-feira, das 10h às 16h, pelo telefone (21) 2334 9551. De acordo com dados do Disque 100, de Direitos Humanos, indicam que, em 2016, foram registrados 79 casos de intolerância religiosa no Rio, um aumento de 119%, na comparação com 2015.
* Com informações da Agência Brasil.