Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, abrigou neste ano Rodrigo Rocha Loures, Geddel Vieira Lima e Lúcio Funaro
Wilson Dias/Arquivo/Agência Brasil
Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, abrigou neste ano Rodrigo Rocha Loures, Geddel Vieira Lima e Lúcio Funaro

O Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília (DF), registra um surto de doenças de pele desde maio deste ano. Quase 700 detentos já foram diagnosticados com sarna (escabiose) e impetigo na cadeia, que se tornou conhecida nacionalmente por ter recebido presos do mensalão. Mais recentemente, o presídio abrigou o ex-assessor de Temer Rodrigo Rocha Loures (PMDB), o ex-ministro Geddel Vieira Lima e o lobista Lúcio Funaro.

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O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) divulgou nota informando que recebeu, em maio, denúncias anônimas informando sobre um possível surto das doenças na Papuda . Segundo a Secretaria de Segurança Pública do DF, os presos estão recebendo atendimento médico. 

De acordo com a Gerência de Saúde Prisional, é possível que alguns parentes de presos também tenham sido infectados durante as visitas, já que as doenças são contagiosas.

A escabiose é o nome científico da sarna, doença contagiosa causada por um ácaro e, que provoca coceira intensa. Já o impetigo é uma infecção bacteriana que atinge as camadas superficiais da pele, causando o aparecimento de bolhas com pus. No total, 172 internos no Centro de Detenção Provisória (CDP) tiveram infecções, enquanto na Penitenciária do Distrito Federal I (PDF I), foram infectados 520 internos.

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Denúncias

As denúncias levadas ao TJDFT citavam também a falta de atendimento médico e de fornecimento de medicação adequada. A juíza Leila Cury, titular da Vara de Execuções Penais (VEP), oficiou à Secretaria de Saúde do DF para que a medicação fosse fornecida aos detentos ou, em caso de sua falta, que a VEP fosse comunicada, a fim de que pudesse adotar medidas voltadas para o pronto atendimento dos doentes. A juíza foi pessoalmente ao local fazer inspeção e constatou que os atendimentos emergenciais já haviam sido prestados.

Segundo o governo do DF, foi possível identificar "um grande grupo de internos" com alguma parte do corpo com irritações, mas que isso "não significa que o CDP está passando por um quadro de epidemia e a situação está controlada". Os internos que aparentemente estavam com sintomas mais graves da doença foram atendidos imediatamente e o restante está sendo atendido "conforme a programação de atendimento dos blocos", informa o relatório. 

Em nota à imprensa, a Secretaria diz que estão sendo realizados mutirões de triagem para atendimento aos internos a fim de detectar se há outros casos. O acompanhamento está sendo feito por médicos e enfermeiros que trabalham nas unidades prisionais.

Embora tenha informado que alguns parentes possam ter sido contaminados, a Secretaria de Segurança diz que ainda que não há motivos para suspender as visitas aos detentos. "Como medida para prevenir novos casos, haverá higienização das celas e orientações médicas aos presos sobre higiene pessoal, sobretudo na lavagem das mãos".

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*Com informações e reportagem da Agência Brasil

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