Juiz liberta últimos três presos da Operação Carne Fraca

O juiz Marcos Josegrei da Silva soltou os últimos presos temporários, Rafael Nojiri Gonçalves, Antônio Garcez da Luz e Brandízio Dario Júnior, no sábado

Últimos presos temporários da Operação Carne Fraca são soltos
Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO – 1.7.2009
Últimos presos temporários da Operação Carne Fraca são soltos

O juiz federal Marcos Josegrei da Silva, responsável pela Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, determinou a soltura dos últimos três presos temporários.  A decisão foi tomada no sábado(25), quando ele determinou a soltura de Rafael Nojiri Gonçalves, Antônio Garcez da Luz e Brandízio Dario Júnior.

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Os três eram os únicos que ainda estavam presos temporariamente, uma vez que o magistrado havia prorrogado a custódia deles por mais cinco dias. Na quarta-feira (22), o juiz já havia determinada a liberação de outros oito presos temporários.

Ainda estão encarceradas preventivamente 25 pessoas, que não têm prazo para deixar a cadeia. Também há um empresário considerado foragido, Nilson Alves Ribeiro.

Os últimos liberados da prisão são: o advogado Rafael Nojiri Gonçalves, o Fiscal federal agropecuário, responsável pela descentralizada do Ministério da Agricultura em Maringá, Brandízio Dario Junior, e Antonio Garcez da Luz, fiscal federal agropecuário, chefe do escritório do Ministério da Agricultura em Foz do Iguaçu. 

Carne Fraca

Deflagrada pela Polícia Federal (PF), há duas semanas, no dia 17, a Operação Carne Fraca apura corrupção na Superintendência Federal de Agricultura no Estado do Paraná (SFA/PR) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). No rol de empresas investigadas pela PF estão a JBS, dona das marcas Seara e da Big Frango; a BRF, controladora da Sadia e da Perdigão; e os frigoríficos Larissa, Peccin e Souza Ramos.

A investigação gira em torno do pagamento de propinas a fiscais federais agropecuários e agentes de inspeção em razão da comercialização de certificados sanitários e aproveitamento de carne estragada para produção de gêneros alimentícios.

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Segundo a PF, os fiscais investigados na operação recebiam propina das empresas para emitir certificados sanitários sem fiscalização efetiva da carne e que o esquema permitia que produtos com prazo de validade vencido e com composição adulterada chegassem a ser comercializados. De acordo com a operação, eram usadas substâncias para “maquiar” a carne vencida.

Ao todo, foram expedidos 27 mandados judiciais de prisão preventiva, 11 de prisão temporária, 77 de condução coercitiva e 194 de busca e apreensão. Ao todo, 21 frigoríficos são investigados na operação. Além disso, o Ministério da Agricultura afastou 33 fiscais de suas atividades.

Corrupção 

A operação investiga o esquema que envolve servidores públicos e donos de frigoríficos que fizeram pagamentos ilegais a fiscais do Mapa em troca da emissão de certificados sanitários que permitiam a produção e venda de carne adulterada.

Segundo a investigação conjunta entre a PF e a Receita Federal, os agentes fiscais que não aceitavam compactuar com as irregularidades eram afastados de seus locais de trabalho, removidos ou exonerados de suas funções pelos ocupantes de cargos de chefia envolvidos no esquema.

Ao todo, o ról de acusados na ação penal originada a partir das investigações da Operação Carne Fraca conta com 118 nomes.

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*Com informações da Agência Brasil