A Polícia Federal (PF), em ação conjunta com a Controladoria-Geral da União (CGU) e o Tribunal de Contas da União (TCU), deflagrou nesta sexta-feira (3), a segunda fase da Operação Research, no intuito de combater o desvio de recursos públicos destinados à Universidade Federal do Paraná (UFPR).
A primeira fase foi deflagrada em 15 de fevereiro . Os alvos eram repasses irregulares de recursos mediante pagamentos sistemáticos, fraudulentos e milionários de bolsas a inúmeras pessoas sem vínculos com a UFPR entre 2013 e 2016.
De acordo com a Polícia Federal, a fase da Research deflagrada nesta sexta-feira tem como foco "a prisão do núcleo de pessoas que agia com o objetivo de desviar recursos públicos, a título de bolsas, da Universidade Federal, em conluio com duas servidoras públicas da Universidade Federal do Paraná, que foram presas preventivamente na primeira fase".
Cerca de 50 Policiais Federais e servidores do Tribunal de Contas da União e Controladoria-Geral da União cumprem 19 mandados judiciais, sendo seis mandados de busca e apreensão, cinco de prisão temporária e oito de condução coercitiva nas cidades de Curitiba (PR), Campo Grande(MS), Sorocaba (SP) e Erechim (RS).
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Nesta fase também estão sendo cumpridos mandados de condução coercitiva contra outros três supostos bolsistas, antes desconhecidos da investigação, dentre outros envolvidos no esquema.
O nome da operação é uma referência ao objetivo central das bolsas concedidas pela unidade, destinadas a estudos e pesquisas pelos contemplados. Em inglês, "research" significa pesquisa.
O que diz a UFPR?
Em nota divulgada no mês passado, a universidade afirmou que as suspeitas de irregularidades no pagamento de bolsas e auxílios são objeto de investigações internas na instituição desde dezembro de 2016, "quando a própria universidade também tomou a iniciativa de encaminhar o caso à Polícia Federal, para investigação criminal".
Logo que tomou conhecimento da suspeita de desvios de verba pública, a administração da reitoria do ano passado, segundo a nota, determinou a abertura de sindicância para investigar os envolvidos.
Tal sindicância corre em sigilo, mas tem o prazo de conclusão de 60 dias, prorrogáveis por mais 60. A previsão de término dos trabalhos, portanto, é para meados de abril.
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Por determinação do atual reitor da UFPR, Ricardo Marcelo Fonseca, as duas servidoras suspeitas de envolvimento no caso foram suspensas do exercício de suas atividades funcionais.