Após homologação, Janot recebe delações de executivos da Odebrecht

Procurador-geral da República irá analisar os depoimentos e decidir sobre pedidos de investigação; STF deve anunciar novo relator da Lava Jato na 4ª

Procurador-geral da República, Janot irá trabalhar nos pedidos de investigação contra os políticos e empresários citados
Foto: José Cruz/Agência Brasil - 7.12.16
Procurador-geral da República, Janot irá trabalhar nos pedidos de investigação contra os políticos e empresários citados

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, iniciou nesta segunda-feira (30) as análises sobre quais serão os próximos passos da investigação sobre a empreiteira Odebrecht no STF (Supremo Tribunal Federal). Mais cedo, a presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, homologou as 77 delações premiadas  de executivos da empreiteira no âmbito da Operação Lava Jato.

A partir de agora, Janot irá começar a trabalhar nos pedidos de investigação contra os políticos e empresários que foram citados nos depoimentos. Não há prazo definido para que eventuais solicitações de diligências ou de arquivamentos cheguem à Corte. No início da tarde, o procurador-geral teve uma reunião com a presidente do STF.

A previsão é de que os pedidos de investigação cheguem ao Supremo somente depois que for definido o novo relator da Lava Jato na Corte. O ministro escolhido irá substituir Teori Zavascki , que morreu em um acidente aéreo no último dia 19.

A decisão sobre o novo relator deve ser anunciada na quarta-feira (1º), quando a Corte retorna aos trabalhos após o período de recesso. A ministra Cármen Lúcia ainda trabalha nos bastidores para encontrar uma solução consensual para substituir Teori.

Nos bastidores, a alternativa mais cogitada é a de que seja feito um sorteio entre os integrantes da Segunda Turma, da qual Teori fazia parte. Integram o colegiado – que já julgou recursos da Lava Jato – os ministros Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Celso de Mello.

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Outra medida que pode ser tomada é a transferência de um integrante da Primeira Turma para a segunda. O nome defendido nos bastidores é o do ministro Edson Fachin, com perfil reservado, semelhante ao de Teori.

Tragédia

Teori morreu no dia 19 quando o avião em que estava a bordo, um Beechcraft King Air C90GT, caiu no mar enquanto fazia o procedimento de aproximação ao aeroporto de Paraty, no Rio de Janeiro. A aeronave tinha o prefixo PR-SOM e tinha Certificado de Aeronavegabilidade válido até abril de 2022. A data de validade da IAM (Inspeção Anual de Manutenção) seria em abril deste ano.

Além do ministro, também morreram no acidente o empresário Carlos Alberto Fernandes Filgueiras, dono do avião e do grupo hoteleiro Emiliano; a massoterapeuta Maíra Lidiane Panas Helatczuk; a professora Maria Hilda Panas Helatczuk, mãe de Maíra; e o piloto da aeronave, Osmar Rodrigues.

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Depois da tragédia, Janot afirmou que temia que a Lava Jato fosse afetada pela morte do ministro e pediu ao STF celeridade na definição de novo relator.


* Com informações da Agência Brasil