Odebrecht só deve realizar o pagamento das multas após a homologação do acordo, mesmo contra vontade de executivos
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Odebrecht só deve realizar o pagamento das multas após a homologação do acordo, mesmo contra vontade de executivos

A Odebrecht, empresa que está sendo investigada na Operação Lava Jato, se comprometeu a pagar as multas aplicadas aos 77 executivos e acionistas do grupo que aderiram ao acordo de delação premiada. A medida foi revelada ao jornal Folha de S. Paulo por executivos e envolvidos nas negociações do acordo.

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Segundo reportagem publicada neste sábado (28), a Odebrecht vai arcar com R$ 500 milhões em multas, valor que não está incluído na indenização que a empresa ainda deve pagar aos governos do Brasil, Estados Unidos e Suíça: R$ 6,8 bilhões.

O valor da multa foi calculado a partir dos salários e dos bônus que os executivos receberam nos últimos dez anos, quando o grupo passou a garantir contratos de obras públicas a partir do pagamento de propina a políticos e funcionários públicos.

De acordo com a Folha, a empresa só vai realizar o pagamento após a homologação do acordo, mas executivos querem pressa porque afirmam estar passando por dificuldades financeiras, já que seus bens e contas bancárias permanecerão bloqueados até a quitação da multa.

Depoimentos

O STF (Supremo Tribunal Federal) encerrou a fase de depoimentos complementares dos 77 delatores ligados à empreiteira nesta sexta-feira (27) . Os materiais já estão prontos para homologação, tarefa que seria feita pelo ministro Teori Zavascki, morto em acidente aéreo no último dia 19.

Após a morte do relator da Lava Jato no Supremo, os ministros discutem quem ficará encarregado de avalizar os depoimentos feitos nos acordos de colaboração premiada. Como a Corte ainda está em recesso – período que se encerra na próxima quarta-feira (1º) – a homologação poderá ser feita pela presidente do STF, Cármen Lúcia. Outra possibilidade é deixar a tarefa para um novo relator, que seria sorteado entre os integrantes da Segunda Turma, colegiado do qual Teori fazia parte.

Na terça-feira (24), a ministra Cármen Lúcia autorizou os juízes auxiliares de Teori a seguirem com os procedimentos relacionados à Lava Jato. A medida foi tomada com o intuito de preservar o andamento da operação. Mesmo assim, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu a ela que agilizasse a definição de novo relator.

Nesta sexta-feira (28), também foi ouvido o empresário Marcelo Odebrecht , ex-presidente da empreiteira que leva o nome da sua família, na sede da Justiça Federal no Paraná. Foi um dos últimos depoimentos prestados nesta fase.

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