Ministério Público do Peru ordena congelar as contas da Camargo Corrêa no país

Decisão abrange também as companhias ligadas ao empresário Gonzalo Monteverde, possível operador de esquemas irregulares da Odebrecht

Ministério Público do Peru anunciou decisão sobre a Camargo Corrêa na noite desta terça-feira (17) pelo Twitter
Foto: Twitter/Reprodução
Ministério Público do Peru anunciou decisão sobre a Camargo Corrêa na noite desta terça-feira (17) pelo Twitter

O MP (Ministério Público) do Peru ordenou, na noite desta terça-feira (17), o congelamento das contas da empreiteira brasileira Camargo Corrêa no país. A empresa é suspeita de participação no pagamento de suborno em esquemas para fraudar licitações da área de infraestrutura.

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A decisão sobre a Camargo Corrêa foi tomada em conjunto com a Unidade de Inteligência Financeira, órgão peruano de fiscalização bancária e abrange também as companhias ligadas ao empresário Gonzalo Monteverde. Segundo promotores, ele foi operador de esquemas irregulares da Odebrecht no Peru.

No último dia 5, a promotoria especializada em crimes de corrupção do Ministério Público do Peru assinou um acordo com a Odebrecht para a devolução de R$ 28,59 milhões aos cofres peruanos, relativos a ganhos ilícitos no país, e a entrega de informações relevantes para investigações.

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Em nota, o Ministério Público informou que o montante “não deve ser entendido como a quantificação total a ser determinada no acordo final, nem está relacionada com a reparação civil (compensação), mas somente com os ganhos provenientes do crime, que são matéria do confisco”. O MP afirma também que a entrega antecipada de recursos da Odebrecht ao governo peruano é um feito inédito nas investigações que envolvem a empresa

Já as informações e documentos que deverão ser apresentados pela empresa ao MP poderão abranger operações em outros países. O objetivo é diminuir os prazos normalmente exigidos para se buscar evidências fora do país. Tudo será submetido a um processo de comprovação e avaliação da sua utilidade e importância pelos promotores.


O MP também informou que o acordo preliminar é relativo exclusivamente à empresa, e não se estende aos executivos ligados às fraudes. A nota destaca que as autoridades competentes no Brasil, na União Europeia e Suíça também firmaram acordos com a empresa.

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“No caso do Peru, estamos realizando um acordo preliminar para agilizar a obtenção de informações, mas a promotoria peruana continuará a avançar em investigações com a Suiça, o Brasil e outros países envolvidos”, diz o texto. As investigações no Peru, envolvendo a Odebrecht e não apenas a Camargo Corrêa, começaram em novembro de 2016.