Marcelo Bezerra Crivella é prova viva de que brasileiro não desiste nunca: depois de ser derrotado em quatro eleições nos últimos doze anos, sendo duas delas à prefeitura do Rio de Janeiro, finalmente toma posse para a gestão da cidade de 2017 a 2020.
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Sua carreira política teve início em 2003, quando foi eleito senador federal, cargo que exerce ainda hoje e que terá de abandonar para assumir a prefeitura. No cargo atual, Crivella foi um dos autores da proposta de emenda que isenta templos religiosos do pagamento de IPTU, bastante polêmica por sinal.
O engenheiro civil é conhecido por ser um 'homem de fé'. Além de ser sobrinho do fundador da Igreja Universal, Edir Macedo, ele foi missionário na África do Sul, além de ser bispo licenciado, autor e cantor gospel renomado, com discos lançados no mercado. Inclusive, o novo prefeito do Rio afirmou que pretende conciliar sua carreira musical com a prefeitura.
Tal característica de Crivella é bastante polêmica, já que, apesar de ter auxiliado na conquista de eleitores, a religião também foi vista como ponto negativo. Céticos questionam se ele terá a habilidade de, literalmente, separar a Igreja e o Estado, considerando sua relação próxima com a Universal.
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Entretanto, o prefeito tem insistido no discurso de que não deixará suas crenças acima das necessidades municipais, declarando que continuará a financiar o Carnaval e a Parada LGBT, eventos importantes para a cidade, mas considerados profanos. Além disso, o político afirmou que não será tolerada a perseguição a religiões de matriz africana.
Mesmo com a negação de que a religião virá à frente da vida política, sua vitória eleitoral foi vista como um ponto de ascensão da influência evangélica na política nacional por diversos analistas políticos.
Por fim, vale destacar que Marcelo Crivella aposte, futuramente, em uma reeleição ou, ainda, na tentativa de subir para cargos ainda mais altos.
Propostas
Considerando a condição financeira atual da prefeitura do Rio de Janeiro, Crivella já anunciou que fará cortes nas secretarias, que devem ir de 29 a apenas 12. Outro corte deve ser feito nos cargos de livre indicação, a fim de reduzir os gastos.
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Para a saúde e educação, o foco da nova gestão é "na garantia de que todos tenham vagas". Portanto, será necessário diminuir as filas do SUS e criar 60 mil vagas para a educação infantil através de Parcerias Público-Privadas (PPPs).
Quanto às obras feitas para as Olimpíadas, Crivella diz que avaliará cada caso individualmente, uma vez que muitas concessões a empresas foram feitas sem que houvesse transparência, mas não pretende quebrar o contratos feitos.