AO VIVO: na CPI, sócio da Belcher nega relação com Hang e Wizard

Depoente recebeu autorização do STF para ficar em silêncio quando puder se autoincriminar, mas precisa dizer a verdade sobre os demais fatos

Foto: Divulgação/Agência Senado/Edilson Rodrigues
Emanuel Catori chegando ao Senado Federal

A  CPI da Covid ouve nesta terça-feira, 24, o empresário Emanuel Catori, sócio da farmacêutica Belcher. A empresa é representante do laboratório chinês Cansino para o fornecimento do imunizante Convidecia e teria ligações com o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR). O objetivo da oitiva de hoje é tentar aprofundar as investigações sobre possíveis irregularidades na negociação de vacinas para o Brasil.  Assista ao vivo:

Já nos primeiro minutos de depoimento, Catori negou ter relacionamentos com Carlos Wizard e Luciano Hang. "A relação da Belcher com os empresários Luciano Hang, Carlos Wizard e Alan Excel foi exclusivamente relacionada a tratativa de doação de doses da vacina coronavac, importadas e prontas. Não há qualquer relação entre a [vacina da] Convidecia com os referidos empresários", disse.

E continuou: "Não houve interferência dos empresários Luciano Hang ou Carlos Wizard com a interface institucional realizada pela Belcher junto ao Ministério [da Saúde] sobre a vacina Convidecia. Não há também relação societária, formal ou informal, entre a Belcher e os empresários e qualquer de suas empresas". Veja abaixo:

Em seguida, ao responder o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), Catori disse que Alan é o sobrinho de Luciano Hang e que trabalha no ramo de importações sem vínculo com a Havan. Segundo depoente, Alan e Wizard queriam comprar vacinas pra doar. Aziz ironizou as "boas intenções" de Wizard. Veja:

Em junho, o Governo Federal assinou uma carta de intenção com a Belcher que previa o pagamento de US$ 17 por dose, o valor mais alto negociado pelo Ministério da Saúde para a compra de um imunizante contra a Covid-19. Até então, o maior valor negociado havia sido de US$ 15 por cada dose da indiana Covaxin, cujo contrato foi suspenso por suspeitas de ilegalidades.

No mesmo mês, os chineses romperam a parceria com a Belcher e, desde então, estão suspensos os processos de autorização da vacina Convidecia na Anvisa e de compra no Ministério da Saúde.

A Belcher tem tido o apoio de empresários bolsonaristas como Luciano Hang, do Grupo Havan, e Carlos Wizard para viabilizar a venda de imunizantes. Em março, Hang, Wizard e um dos sócios da Belcher, Emanuel Catori, chegaram a fazer uma transmissão ao vivo sobre a venda de vacinas para o Brasil.