Uma mulher chora sobre um corpo envolto em um pano branco do lado de fora do hospital Batista na Cidade de Gaza, antes de um funeral em 27 de dezembro de 2024, em meio à guerra contínua entre Israel e o movimento palestino Hamas
Omar AL-QATTAA
Uma mulher chora sobre um corpo envolto em um pano branco do lado de fora do hospital Batista na Cidade de Gaza, antes de um funeral em 27 de dezembro de 2024, em meio à guerra contínua entre Israel e o movimento palestino Hamas
Omar AL-QATTAA

O Exército israelense anunciou que lançou uma operação nesta sexta-feira (27) contra os combatentes do Hamas perto de um dos últimos hospitais em funcionamento no norte da Faixa de Gaza, devastado por mais de um ano de guerra entre Israel e o movimento islamista palestino.

O Hamas acusou os soldados israelenses de invadir a instalação.

A operação perto do hospital Kamal Adwan, em Beit Lahia, ocorre um dia depois que o diretor do hospital, Hossam Abu Safiya, anunciou a morte de cinco membros da equipe em um ataque israelense.

O Exército israelense, questionado pela AFP, não comentou o ataque.

O hospital se tornou “um reduto de organizações terroristas e continua a ser usado como esconderijo para terroristas”, disse em um comunicado nesta sexta-feira.

As forças israelenses lançaram uma operação perto do hospital, disse o Exército, com base em informações de inteligência.

“As tropas estão realizando operações direcionadas” e estão tentando evitar ferir civis, pacientes e equipes médicas, acrescentou.

Israel intensificou sua ofensiva terrestre e aérea no norte da Faixa de Gaza desde 6 de outubro para evitar que os combatentes do Hamas se reagrupassem, disse o Exército.

Antes de iniciar a operação perto do hospital, o Exército disse que suas tropas haviam “facilitado a evacuação de civis, pacientes e equipe médica”.

Mas o Hamas disse em um comunicado que “o Exército de ocupação invadiu o hospital Kamal Adwan, forçando a evacuação da equipe médica, pacientes, feridos e pessoas deslocadas”.

Ele também acusou as forças israelenses de “deter os evacuados”.

- “Salas de cirurgia incendiadas” -

“O Hamas considera a ocupação totalmente responsável pelas vidas dos pacientes, feridos e equipe médica, que foram presos e levados para um local desconhecido”, acrescentou o movimento.

O Exército israelense frequentemente acusa o Hamas de usar hospitais como centros de comando para lançar ataques contra suas forças, acusações que o Hamas nega.

O Ministério da Saúde do território palestino governado pelo Hamas alegou, citando o diretor do hospital, que o Exército israelense havia “incendiado todos os serviços cirúrgicos” na instalação.

Ele também “evacuou toda a equipe médica e as pessoas deslocadas”, acrescentou o diretor do hospital Abu Safiya.

O hospital estava recebendo cerca de 350 pessoas na manhã desta sexta-feira, incluindo 75 feridos e doentes, bem como 180 membros da equipe médica, de acordo com a mesma fonte.

O hospital foi evacuado e centenas de pessoas que moravam nas proximidades foram “forçadas a se abrigar na escola Al Fajura e no hospital indonésio” em Jabaliya, disseram testemunhas.

Na segunda-feira, Abu Safiya acusou as forças israelenses de atacar o hospital “com a intenção de matar e deslocar à força as pessoas que estavam lá dentro”.

A Organização Mundial da Saúde descreveu as condições do hospital como “terríveis” e disse que a instalação estava operando em níveis “mínimos”.

A guerra em Gaza começou em 7 de outubro de 2023 com uma incursão de milicianos islamistas que mataram mais de 1.200 pessoas no sul de Israel, a maioria civis, e sequestraram 251, de acordo com um balanço baseado em números oficiais israelenses.

A campanha militar de retaliação de Israel deixou até agora 45.436 mortos em Gaza, a maioria civis, de acordo com o Ministério da Saúde do território palestino.

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